Honda SH 150i – II

Meus camaradas, porque SH 150i – II? Simples, porque ele já me foi apresentado anteriormente, em um evento bacana, mas curto, que gerou este artigo aqui ó: https://www.motozoo.com.br/?p=1994

Bom o tamanho, não é pequeno nem grande. Bom porte.

Nele eu falei que esperava que a Honda os deixasse mais tempo conosco e quem espera, sempre alcança! A Honda me ligou tem umas duas semanas e o ofereceu para uma avaliação mais demorada. Acabou que fiquei uns 10 dias usando SH 150i direto, no meu dia a dia que é bem puxado e que envolve muitos quilômetros. Morando no Recreio dos Bandeirantes e estudando na Urca, só aí são 48 km de ida e mais uns 50 de volta. Como precisei ir a Itaipava no meio da semana, não pensei duas vezes, fui com ele, que no processo bateu 38.5 km/litro!

Trabalhando noite adentro.

Hoje eu o devolvi e vou ficar com saudade. Para quem não leu, ou tem preguiça de ir ler o artigo anterior, vou começar pelo começo…

O SH 150i é um scooter de roda grande, que usa o mesmo motor do consagrado PCX ligeiramente tunado. As rodas grandes, o escudo dianteiro vertical e o assoalho plano na frente do piloto, fazem um estilo popular na europa e para aqueles que não curtem as rodas menores e scooters baixinhos. Testei também para o Motozoo® o Bee 200 Royale, que é um “primo” do Aprilia Scarabeo (https://www.motozoo.com.br/?p=1571). É o mesmo jeitão.

No papel o SH 150i tem uma vantagem sobre o PCX, que é ter o freio traseiro a disco. As rodas grandes dão uma ciclística e equilíbrio mais parecidas com uma moto pequena e de fato o danado faz curvas muito bem. Ainda mais este pretinho que ficou comigo, que estava bem durinho de suspensões. Cheguei até a conferir a regulagem de pré-carga dos amortecedores traseiros, que estavam no mínimo. Ele veio durinho mesmo. Em trechos muito esburacados ele deu nos buracos, não só apanhou.

Ele tem o assento alto e isso é legal, você tem um excelente domínio de visão e muita agilidade. Mas com o tempo percebi que o espaço para o piloto é mais restrito e com menos opções para a colocação dos pés e perna. O piloto fica um pouco mais espremido entre a frente e o banco, não dá para esticar as pernas para frente como no PCX, que faz uma poltrona bacana. Na pequena viagem que fiz eu senti falta de me esticar um pouco mais.

Na estrada. Esta aí não dá problemas com a PRF…

O assoalho liso é incomparavelmente melhor para ir no supermercado ou padaria, ou mesmo para levar uma mochila “no chão”. Porém esta opção faz ter que colocar o tanque de gasolina atrás, com duas consequências que são um baú menor e um tanque também menor, já que ambos disputam este espaço. O baú quase não deu o meu grande capacete articulado e o tanque de apenas 5 litros só aguenta porque o bicho é econômico para burro.

A iluminação é excepcional, uma luz branca e potente nos dois fachos, uma luz de posição diurna impressionante e a lanterna traseira bem vermelhona. Um show. Os freios potentes e firmes e o painel bem visível. Em uma época totalmente eletrônica, o painel é até meio retrô, sendo todo com ponteiros. No display digital que o completa, dois contadores de quilômetros (A e B), consumo instantâneo, consumo médio e quilômetros totais. Bem completo. O pisca elegantemente não faz aquele barulho irritante e steampunk de relê. Há um pequeno porta trecos com tomada 12V para carregar o celular no escudo dianteiro.

O caminho da Floresta. O que fazer? É o mais curto. E aqui não tem lobos.

O motor é quase elétrico de tão silencioso e econômico. Liga instantaneamente, certamente fruto do sistema idle stop e não vibra absolutamente nada. Fui e voltei de Itaipava com a mão no fundo e ela não ficou dormente ou nada. O bicho é lisinho de motor, que sai bem e vai como um foguete até os 80 km/h, respira e vai aos 100 km/h com saúde mas pára aos 110 km/h. Este motor podia talvez ser deixado mais solto um pouco, berrar um pouco mais e ir pelo menos até os 120 km/h. Ele pára tão de boa que parece que é uma limitação eletrônica, a sensação é de que tem muito mais motor e a ciclística dele aguentaria. 10 km/h faz muito diferença na estrada.

Mas ele não é de estrada, entendo. Mas usei na estrada assim mesmo. Ótimo, subi a serra a 90 km/h, curtindo. Cheguei inteirão o que é um atestado de competência. Mas não é para isso, ele é para usar na cidade, onde usei muito também, sempre usando o idle stop, que me amarro. High Tech.

Minhas garupas curtiram passear, acharam confortável e seguro, só boas palavras para ele. Aprovadíssimo.

Vou falar dos detalhes que eu melhoraria nele, que não são muitos nem importantes. 1 – Eu gostaria de ter 2 tomadas de força 12V para carregar celulares, com a segunda dentro do baú e se possível capaz de alimentar com o scooter desligado. 2 – Como disse no primeiro contato com o scooter, sinto falta de um tapete de borracha no assoalho onde está a tampa da bateria. A Honda adora esconder parafusos e um tapete ali esconderia um monte deles e ainda daria uma melhor proteção. 3 – Os botões de MODE e SET do painel poderiam estar no espaço que já existe no comando direito. 4 – O acabamento na parte de baixo dos espelhos retrovisores não combina com a Honda. E por último, uma frescura total, tanto que nem vou numerar, que é para mim a inversão do botão de pisca com a buzina. Para mim que sou velho, o botão do pisca é o do meio e a buzina mais embaixo. Frescura.

Vou fabricar tapetinhos e ficar rico.

Dito isto, continuo encerrando dizendo que o SH150i merece o sucesso que faz, pois é uma máquina soberba no estilo “experiência elegante de motociclismo”. Limpo, protetor, silencioso, bebe pouco, ilumina ótimamente, freia com firmeza, acelera com vitalidade e compostura. O sistema Keyless é um luxo, eu adoro. Eu estiquei o envelope de uso, rodando 100 km/dia, fazendo uma pequena viagem e mesmo assim ele deu conta do recado. No centro de seu envelope de uso, deslocamentos menores e totalmente urbanos, ele só fica melhor e é uma excelente opção neste disputadíssimo mercado em que se transformou a categoria de scooter.

Obrigado Honda do Brasil pela oportunidade de conhecer melhor o produto e dividir meus pensamentos com os meus amigos aqui do Motozoo®.

Abraços
Mário Barreto

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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