E, vamos nós novamente embarcar na onda de esperança para a construção de um novo autódromo para o Rio de Janeiro.

Tínhamos um autódromo bacana, uma pista totalmente plana, com um traçado gostoso, boa visibilidade, que um dia foi em um local distante e adequado. Impossível chamar de lindo no estado em que ele se encontrava no final. Estava sub-utilizado e decadente, todo enferrujado. Alguns dizem que foi de propósito para tornar mais fácil a sua remoção. Eu não acho.

Alguns fanáticos e desconectados ainda acham que ele devia estar ali no mesmo lugar, hoje um bairro residencial e que as Olimpíadas que dessem outro jeito. Eu acho este pensamento estúpido. A empobrecida população do Rio de Janeiro simplesmente não tinha e não tem dinheiro para bancar este caríssimo equipamento público para ficar fazendo corrida de Celta contra Opalas velhos. É o que tínhamos por aqui. Ficamos mais de dez anos sem campeonato estadual de motociclismo porque simplesmente não tínhamos uma comunidade forte o suficiente para bancar isso… organizar, pilotos, patrocinadores… nada, todos falidos e ou desinteressados. A última coisa que restou foi o RioGP, mas bastou a Prefeitura retirar o patrocínio que também foi embora o interesse.

Esporte à motor é uma coisa cara… dizem que a melhor maneira de você fazer uma pequena fortuna no esporte à motor, é começar com uma grande fortuna. O Rio de Janeiro, a Prefeitura, tem outras prioridades e todas muito mais válidas.

Hoje, as instalações que temos no local, mesmo sem atingir a plenitude dos planos, atrapalhados e muito pela Lava-Jato, são MUITO mais úteis para a cidade do que a pista cheia de mato e depenada do antigo autódromo de Jacarepaguá. Teve um ano em que rolou uma divergência sobre a data de devolução do autódromo para a Prefeitura após o RioGP. Devolvemos mas a Prefeitura de birra, e errada, não assumiu novamente a segurança, de modo que o autódromo ficou 1 semana sem segurança. Roubaram tudo… quase todos os tubos, fios, portas, esquadrias, vasos, até tijolos… Rio de Janeiro é assim.

Pois bem, o Autódromo era um patrimônio tombado e para acabar, um acordo foi feito e o Brasil deve ao Município do Rio de Janeiro, um autódromo. É com este recurso, prometido e disponível, que se pretende construir outro. Porém, para evitar os problemas e despesas do antigo, terá que ser pensado como um outro tipo de equipamento e operação.

Quase tivemos o novo autódromo em Deodoro, vejam clicando em:

Novo Autódromo do Rio – II

Novo Autódromo do Rio

A saga do Autódromo Carioca

Falando sobre o Autódromo de Deodoro

Muito resumidamente, um empresário fez um plano onde conjugava interesses dele próprio, do Exército Brasileiro e da cidade. Mas, contava com o apoio do então Presidente Jair Bolsonaro, do então Governador Witzel e do então Prefeito Crivella. E interesses do Exército. Parecia uma boa combinação não é? Pois é.. não era. Vimos que todos eram perdedores na política. Bolsonaro taí sendo caçado, Witzel foi preso, Crivella execrado como péssimo Prefeito e o Exército brasileiro não apita nada no Brasil, parece que está aí mesmo só para pintar meio fio. Transformaram um matagal desconhecido em uma Floresta encantada, nunca foram lá, nem querem saber onde é, mas detonaram completamente o projeto.

Agora começa novamente e eu digo que tem TUDO pra ir em frente, porque politicamente a situação é outra. Este terreno onde se pretende construir o autódromo, é aquele onde seria a missa do Papa, mas choveu. Ele pertence a um condomínio de proprietários, onde estão algumas pessoas importantes para o Prefeito Eduardo Paes, como por exemplo o empresário das empresas de ônibus Jacob Barata. Mas tem outros. A família Caiado, por exemplo, também participava, mas um Caiado amigo me garantiu que eles não participam mais. Sei disso porque tenho amigo que trabalha específicamente neste assunto do terreno e cheguei até a fazer um filme sobre um projeto residencial na área, que estava sendo oferecido ao então todo poderoso Eike Batista, que quase comprou tudo para fazer um novo bairro na cidade.

Um empreendimento que conta com a boa vontade do Alcaide da cidade e de seu amigo Jacob Barata, conta com recursos federais reservados sob a guarda do governo Lula… tem tudo para ir em frente. Agora vai.

Dou toda a força, precisamos de um autódromo novo, desde que bem gerenciado e que gere riquezas em forma de eventos, empregos e atividade. Não precisamos de outro elefante branco para sugar nosso contado dinheirinho. Mas aviso aos cariocas ignorantes de geografia… ele é mais longe do que o de Deodoro. Ah! Tem mato lá também, mas quero ver se desta vez vão chamar de Floresta de Guaratiba.

“Guaratiba” é um termo oriundo da língua tupi que significa “ajuntamento de guarás”, através da junção dos termos agwa’rá (“guará”) e tyba (“ajuntamento”). Eu acho que o barulho dos motores atrapalharia os Guarás…