Bagnaia e Assen: um caso de amor

O bicampeão teve um fim de semana de gala no seu circuito favorito. Foi sua 5a vitória na Catedral, que tem tatuada no braço. A primeira foi em 2016, de Mahindra, uma de suas duas vitórias na Moto 3. A primeira vez que subiu ao degrau mais alto do pódio nos campeonatos da MotoGP. Nenhum piloto esquece esse momento. A segunda veio em 2018, na sua campanha vitoriosa na Moto2, que o levou ao seu primeiro título Mundial. Agora venceu pelo terceiro ano consecutivo no MotoGP, sem dar qualquer chance aos adversários. Curiosamente foi a primeira vez em toda a sua carreira em que ele liderou o primeiro treino livre da sexta-feira. Só não liderou o warmup, quando passeou pela pista com pneus usados: não havia nada a testar nem a mexer na GP24, que estava perfeita.

Diz o Bagnaia que eles encontraram um acerto em Jerez que faz o melhor uso dos novos pneus traseiros da Michelin, sem empurrar a frente nas curvas. Os resultados de lá para cá são a evidência do ajuste fino bem sucedido. Acho que ele leva o tricampeonato com umas duas provas de antecedência.

Todos os outros pilotos foram meros coadjuvantes do show do Pecco. Martin fez o que pôde, mas admitiu que o italiano estava inalcançável.

Marquez teve um fim de semana para esquecer. Tinha potencial para largar na 1a fila, mas ficou ensebando antes de partir para a tentativa derradeira no Q2, o Aleix lhe bateu a carteira na chicane Geert-Timer antes de começar a volta e estava limitando a sua velocidade. Uma tentativa atabalhoada de ultrapassar o futuro aposentado na 7 estragou sua posição de largada. Na Sprint, andando no bolo, mordeu demasiadamente a zebra da curva 2 e foi parar na brita. Erro dele, admitido nas entrevistas. Já na corrida MM foi vítima de um erro da equipe, que calibrou o pneu dianteiro com os parâmetros do Bagnaia em 2023, quando a temperatura estava muito mais alta. Quando percebeu, pelo painel, que estava andando abaixo do permitido, deixou o Diggia passar para aumentar a temperatura e a pressão do pneumático. Um problema que o piloto da VR46 também enfrentou mais adiante, naquele salseiro que botou o Viñales em 3° lugar. No final o esforço foi inútil. Diggia passou raspando e Marquez foi reprovado por 0.01 bar. Na pista só perdeu para as GP24, mas na tabela só levou 6 pontos do 10° lugar.

Bastianini precisa acertar a mão da moto com pneus novos. Não consegue se classificar bem e dá para si um trabalho imenso no início das corridas. Com os pneus já meio gastos anda uma barbaridade, mas vai ser difícil ganhar alguma corrida dando tremenda vantagem para Bagnaia e Martin. Sobre a ultrapassagem sobre o Marquez, dando um ligeiro chega prá lá, eu achei normal. Coisa de corrida. E acho que a maioria dos torcedores também achou normal. Se fosse o Marquez em cima do Bastianini ou qualquer outro essa ultrapassagem seria hoje manchete nos tablóides italianos, com as tradicionais opiniões condenatórias e as acusações de dick vigarista etc. Anotem e aguardem.

Não entendi o pequeno chilique do Mario em relação à “marra do MM nas negociações”. Aconteceu o quê de melhor poderia acontecer para o campeonato de 2025. A KTM com 4 pilotos fortes correndo com as mesmas cores. A Aprilia contando com o “talento” do Martin e do Bezzecchi. Alguma disputa dentro da LeNovo. E a Pramac ajudando a Yamaha a desenvolver a moto e trazendo mais equilibrio ao campeonato, já que todas as marcas terão pelo menos 4 motos. A audiência vai disparar e espero que outras marcas sejam atraídas para enriquecer ainda mais o grid em 2027.

No mais, sofri, como sempre, tentando torcer para o Eric “tiro no pé” Granado. Acompanhei uma sensacional disputa na Moto3, em que o Ivan Ortola tirou o doce da boca do piloto local, Collin Veijer, na última curva da última volta, vencendo por 12 milésimos. E vi o Ogura ressurgir, vencendo pela 2a vez no ano e se colocando na disputa do título. Sou fã desse japonês e torço para que substitua o Nakagami, que só está fazendo hora extra no MotoGP porque o Ogura não quis subir pra pegar uma Honda capenga. Queria muito ver as fábricas japonesas reagindo. Boto fé na Yamaha, mas leio notícias animadoras sobre os testes que não se confirmam nos GPs. E o Rins, coitado, tomou um estabaco e pode ficar fora da Alemanha, assim como o Aleix e o Savadori (Aprilia deve ir só com o Maverick).

Hoje Alex Marquez foi confirmado na Gresini e o grande boato do momento é que o Lewis Hamilton está negociando a compra da equipe.

Muita coisa para se confirmar entre Sachsenring e Silverstone:
1) quem vai para a Pramac (Diggia?)
2) onde correrá o Aldeguer?
3) pra quem irão as 2 GP25 que seriam da Pramac?
4) quem corre na VR46?
5) quem se juntará ao AM73 na Gresini?
6) como ficará a Trackhouse?

E a principal

7) o turco virá pro MotoGP?

A ver…
Semana que vem tem mais. Até lá!

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

Deixe seu comentário!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.