Bagnaia empata o campeonato

E acabei de assistir a Sprint Race da MotoGP do GP da Áustria, no Red Bull Ring, casa da RedBull, casa da KTM. Gente, estou com a sensação de um certo cansaço… é corrida demais durante o ano e, depois que as coisas se ajustam, após um início onde tudo é diferente e emocionante, é mais do mesmo nas provas.

Como estamos no MotoGP? Estamos que a Ducati acertou a sua Desmocedici GP24 na mão do Bagnaia. Apronta a moto com mais rapidez, Bagnaia apresenta-se cada vez mais à vontade com a moto, mostrando velocidade, competência e uma certa constância, que tende a aumentar. Jorge Martin, o ex-líder, até hoje, também aproveita-se desta boa moto, mas sua situação é bem mais frágil né? Além de não ser a Ducati que TEM QUE GANHAR, está caindo fora no final do ano. Segue a Ducati tirando onda e nadando de braçada. Fácil. Seguem as japonesas pagando mico e se arrastando lá atrás. Não há um Quartararo que salve.

Hoje Jorge Martin largou na ponta, mas teve muita dificuldade para colocar a luva, o que fazia prever dificuldades para a prova. Largou bem, mas Pecco largou ainda melhor e as duas primeiras voltas foram de troca de posições entre os dois. Bonito. Marc Marquez largou bem em terceiro, mas nunca mostrou-se capaz de desafiar a dupla da ponta. Pecco visivelmente andava de forma mais tranquila e acho que ele foi um dos poucos a não receber advertência por sair da pista, sua moto estava desenhando linhas justas, enquanto Martin tinha um pouco mais de trabalho com a sua moto.

Olha aí o motivo da dificuldade em colocar a luva do Martinator, ele cortou o dedo.

Em uma freada, Martinator levantou demais a roda traseira, perdeu-se por segundos, saiu da pista e permitiu a aproximação da Formiga Atômica. Nunca mais viu Pecco na pista. Ainda mais porque os fiscais logo em seguida o obrigaram a fazer uma volta longa por ter cortado a pista nesta manobra que deu errado. Perdeu a posição para Marc Marquez, voltou perto da Aprilia do Aleix Espargaró mas rapidamente livrou-se dele. Não acho que chegaria no Marc, mas este, gentilmente esfregou sua moto no chão, abandonando e entregando o segundo lugar no pódium para ele. Importante, pois isso marcou os pontos para o empate.

Marc Marquez veio rápido. Largou da primeira fila, foi de longe o piloto mas rápido com a GP23, mas este conjunto não apresenta nenhum risco para o conjunto Pecco/24 e Martin/24. Simplesmente não vai… Pecco e Martin andam mais e mais fácil na frente dele. Seu tombo foi fraquinho, não se consegue nem ver onde foi o erro, uma escorregadinha. Salvo alguma coisa excepcional, será muito difícil que ele ganhe uma corrida este ano, o que contraria a minha expectativa no início do ano. No momento o conjunto Marc/GP23 não é páreo para Pecco/GP24 ou Martin/GP24.

Li um artigo muito interessante esta semana onde a pergunta era: “Porque Pecco e Martin caíram tanto este ano em posições de ponta?”, ou algo parecido… A explicação tentada foi a de que o pneu traseiro novo da Michelin é tão chiclete que desbalanceia a moto, de uma certa maneira forçando o pneu dianteiro e fazendo com que a moto perca a frente em um limite muito difícil de perceber. Mas que os técnicos já entenderam este fenômeno e mudaram os ajustes de chassi e suspensão de forma a minimizar isso.

Em terceiro chegou o guerreiro Aleix Espargaró, El Capitano, que correu sozinho com sua RSGP24, um excelente resultado. E logo depois veio um grupo animado com Bastianini, Miller, a outra Pramac e Brad Binder embolados. Mais para trás não deu para ver nada…e digno de nota é que o Pedro Acosta chegou lá atrás, nunca mais fez as gracinhas que fez no início do ano. A KTM de testes do Pol Esparagaró veio com uma aerodinâmica ridícula, uma mistura de Cupê Mal-Assombrado com a Máquina do Mal (Carro do Dick Vigarista), com asinhas ridículas sobre o para-lama traseiro… Esta coisa de aerodinâmica nas motos perdeu a mão, as motos estão progressivamente ficando mais horrorosas.

Que venha a corrida de amanhã, que não verei. Tenho um compromisso amanhã que me impedirá de assistir. Aguardemos pelos comentários do André Bertrand.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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