Bajaj Dominar 400

Meus camaradas, estou por aqui tirando onda e passeando com uma Bajaj. Meu brodasso Bill comprou uma em São Paulo e mandou entregar aqui. Não faço idéia do porque ele resolveu fazer isso. Perguntei, mas a resposta foi maluca como ele e não entendi. Mas o Bill é um maluco brother e ofereceu-me sua linda motoca zerada para uma avaliação do Motozoo®, coisa que não deixamos passar.

Bill deve ser um dos nossos leitores e deve gostar de nossas avaliações. Gente boa!!!!

Eu tou sabendo que a Bajaj está chegando no Brasil, vi por alto algumas matérias sobre o assunto, mas confesso que não sabia nada sobre a Dominar 400. Inclusive a Bajaj no Rio irá abrir no dia 10 de junho no Recreio. Encontrei-me ontem, sexta-feira, com o Mário Ferreira no Rio Boat Show e ele me disse que se não fosse o Guilherme Hachiya estar caprichando tanto na loja, abriria antes. Sim, depois de milênios, nosso amigo Guilherme deixou a BMW e estará na frente da Bajaj. Bons augúrios. 10 de junho, anotem. Festão.

Antes, um pouco de Bajaj para quem não conhece. É uma marca indiana, líder lá na Índia e que é sócia da KTM. Começando em 2007 com apenas 14.5% na KTM Powersports AG, a parceria veio evoluindo e hoje a Bajaj tem 49.9% da PTW Holding AG, a empresa que é dona da KTM. Stefan Pierer, o P da PTW, montou uma Holding que é dona de diversas marcas, como a KTM, Husqvarna, GasGas, White Power e outras. É um investidor agressivo e que tem também sociedade com chineses. Não é à toa que a KTM está tão bem.

Neste acordo, a Bajaj fabrica todas as KTM e Husqvarna de baixa cilindrada na fábrica de Chakan em Maharashtra, de onde são exportadas para todo o mundo. Know-how os caras tem.

Ignorância minha, porque todos os motoboys vem falar comigo quando paro nos sinais e eles sabem tudo sobre a moto, perguntam se eu fui buscar em São Paulo, se é boa e blá blá blá.

Vamos lá… fiquei bastante bem impressionado quando a vi pela primeira vez. O design é compatível com o Brasil, tem o nosso gosto, não tem cromados esquisitos e nem peças “pontudas” como os designs que vem da China algumas vezes apresentam. A moto é grandinha, discreta, bem acabada, com detalhes bacanas e com cara de bem construída. O nível de construção é bom.

Ao subir nela a altura é boa, os comandos bem na mão e o visual é agradável. São dois painéis, um lá na frente normal e outro pequeno logo depois do bocal do tanque de combustível, uma pegada meio Ducati Diavel. Não são coloridos e não tem muitas informações. Inclusive achei ruim a visibilidade do indicador de marchas que fica fora do campo de visão. É bonitinho ter dois painéis, mas não funciona. Seria muito melhor deixar o relógio e o indicador de marchas lá no painelzão, que é grande e tem espaço.-(RÁ!!!! descobri como fazer isso depois de um tempo!!!) Firula bonita mas que não funciona. E tinham que ter traduzido o painel. Uma bobagem, meia dúzia de frases e três cliques no computador para fazer.

Os comandos do guidom são iluminados, nice touch!

Ao ligar, o som é gostosinho, saindo da descarga grande e bonita, o acelerador macio, a embreagem idem, o clique do engate da marcha bem saudável. Só por isso, pelo clique da marcha, a suavidade da embreagem e da saída da moto, já dá prá ver que ela é bem construída. Vibra pouco para um monocilindro.

Sai macio, um sensação de moto média, não é grandona nem pequenininha, discreta em tudo, inclusive no desempenho do motor. O motor parece fraco… o mapeamento dele é todo conforto, a moto sobre de giro com uma certa preguiça e GRITA prá vc que ela é uma Touring. O motor é de todo intrigante… parece fraca mas engole as marchas com rapidez e vc pode andar de sexta quase o tempo todo, torcão. Fiz uma pequena viagem de teste e subi a Serra de Petrópolis toda de quinta marcha, de boas e rápido… Ela não é fraca, só parece não ser esportiva.

Se deixar a moto fica andando a 100 Km/h, mas se acelerar ela passa com facilidade dos 150, mas não vai aos 160. Tudo bem que a moto está zerada e um pouco presa… inclusive acendeu uma lâmpada vermelha no painel quando acelerei tudo para testar, certamente vão desligar isso quando acabar o amaciamento.

Tudo nela é Touring. O tamanho, o suporte para GPS no painel, o banco super confortável, o som, a vibração… É uma moto feita para viajar e parecer ser maior do que as suas 400cc permitem.

Se o motor não empolga, a ciclística arrebenta. É simplesmente uma das motos mais plantadas que já andei na minha vida. A suspensão up-side down dianteira é bem grossa e muito eficiente. Não é Kayaba ou Showa, nem italiana, sua marca é Endurance, que eu não tinha ouvido falar. Excelente. Indiana. As rodas, bonitas, devem ser leves, porque a moto é muito telepática. A suspensão traseira é perfeitamente ajustada com a dianteira. A balança traseira é bem comprida, de alumínio, bem feita e o amortecedor tem reservatório externo. É bom mesmo. Como o motor é estreito e a balança comprida, tem até um espaço enorme atrás do motor, vazio. O quadro é perimetral e muito bom. Adorei a dirigibilidade da moto. Durinha quando precisa e confortável na maior parte do tempo. Aceita todas as linhas que você planejar, uma perfeição.

*eu esqueci de postar que os pneus são os meus favoritos, Pirellis Diablo… novinhos… sempre sensacionais

Os freios são ByBre, que é uma linha da Brembo para motos pequenas. São discretos, mas a moto tem ABS de dois canais. Quase não os usei, não chamaram a atenção, o que quer dizer que são bons.

Não testei a moto com garupa, mas deve ser boa. O banco do garupa é grande, tem alças laterais muito boas e até um mini sissy bar.

O consumo indicado no painel deu 27 km/l no rolé/ Eu tive uma Ducati 620 Multistrada que andava muito mais, mas fazia média de 19 km/l.

Adorei a moto e pelo preço, em torno de 25 mil reais, é uma opção incrível e que vai dar muito trabalho para as japonesas que dominam o mercado brasileiro. É uma moto bonita, simples mas que não parece, nada parece vagabundo, ao contrário, tudo tem boa qualidade, robusta, super bem suspensa, grandinha, confortável e boa para viajar sem pressa.

Fiz esta pequena viagem, conheci São José do Vale do Rio Preto (que na verdade é marrom), andando rápido e cheguei inteirinho em casa. Descansado e já pensando em andar mais. Boa moto.

Adorei, agora o Bill que lute para vir pegar ela aqui em casa.

Curtam o álbum de fotos da motoca:

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

6 comentários em “Bajaj Dominar 400”

  1. Bom saber que uma nova opção vem surgindo no nosso mercado de duas rodas. A moto parece bem robusta pelas imagens, corroborando com sua avaliação.
    Show de teste. Muito melhor que aqueles testes comprados das grandes revistas e sites renomados que nunca acham um defeito em nada.

    1. Ah meu amigo Paulo… as fábricas não convidam e não se interessam mais por jornalistas. Elas preferem “influenciadores” e entregam um pendrive com todos os textos e fotos para a publicação. Por isso as Revistas estão quase todas desinteressantes e previsíveis. E falindo. É o nosso mundo, onde a quantidade vale mais do que a qualidade.

  2. Mais uma marca de baixa cilindrada chegando com modelos bem bonitos e interessantes.Do jeito que a motocicletas de altas cilindradas estão caríssimas de comprar e manter ,com certeza essas de média cilindrada irão ser uma opção para nova realidade.

  3. Extremamente decepcionado com a Marca que nem chegou direito e já está deixando a desejar…! Promessas não cumprida Pelo CEO da marca em entrevista. 5 Lojas em SP, Florianópolis com 10 dias de atraso e agora, loja do RJ que seria em Abril, somente em Junho…! E as Demais, Brasília e BH, quando irão chegar???? Pelo visto somente em 2024 e olhe Lá…

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