Meus amigos, tive saúde para ver as 3 provas da abertura do Mundial de WSBK. Tenho tirado um soninho de beleza as tardes, de modo que tenho chegado inteiro de noite. E estava com muita saudade das corridas. O WSBK rolou as 2:30, mas antes teve a Supersport que também foi muito boa.
Na Supersport a Yamaha venceu na estréia da sua tricilíndrica R9, uma coisa meio que inesperada. E na segunda prova chegou em segundo. Stefano Manzi foi o autor da ousadia. A categoria está bem disputada, com um monte de pilotos bons vindos da Moto2, do WSBK, com várias marcas lutando emboladas. As 3 cilindros mandaram na segunda corrida, com a vitória de uma Triumph nas mãos de Tom Both-Amos, que eu não conhecia, seguida da R9 de Manzi e de Bo Bendsneyder com uma linda MV Agusta. A Ducati V2 não vai ter vida mole este ano.
No WSBK agora temos 8 Ducatis na pista, em um esquadrão com ótimos pilotos. Bautista, Bulega, Ianonne, Petrux, Reding, Lowes, Montella (que é bom) e Vickers (este eu ainda não sei nada). Não é o ideal, mas o que fazer se as equipes e pilotos preferem a melhor e mais competitiva moto? Todos querem aparecer e lutar, por si mesmos e para os patrocinadores e qual é a melhor moto disponível para isso? Ducati. Ainda mais que a Ducati dá realmente suporte adequado para todas as equipes, vide que a Pramac venceu no MotoGP com o Jorge Martin.
A atual campeã, a BMW, é uma moto que só é rápida na mão do fenômeno Toprak. Van der Mark, um excelente piloto, não anda nada com a moto. A Bonovo abandonou a BMW e deu uma Ducati para Scott Reding e olha ele aí… brigando na ponta novamente em sua primeira corrida com a moto. A BMW não é capaz de fornecer uma moto e suporte no nível que a Ducati oferece, as equipes pulam fora, pois elas querem brigar. O outro piloto da Bonovo, o excelente americano Garret Gerloff, não estreou tão bem na sua nova equipe, a Kawasaki, mas na segunda corrida teve o prazer de ultrapassar a BMW do Michael van der Mark.
A Yamaha botou 5 motos na pista, mas Rea já se quebrou e será substituído por Augusto Fernandez enquanto se recupera. Bela substituição. Mas com Rea, Locatelli, Gardner, Aegerter e Tito Rabat não tem um squad forte como a Ducati e nem a R1 parece ter esta velocidade.
Na verdade a Yamaha levou um calor brabo da Bimota, que estreou botando as duas motos nos top 10, com uma moto muito boa de chão, mas que estava perdendo 10 km/h na reta. É um escárnio o que os italianos fazem com Honda e Yamaha… o chassi da Bimota é a tradicional mistura de tubos de aço com peças de alumínio e desde o primeiro dia na pista funcionou. Tive amigos que assim que viram a moto falaram que não ia funcionar, mas a verdade é que é um foguete. O chefe da equipe disse que a moto está em 75% do seu potencial e eu acredito, é a primeira corrida. E falam em mexer na aerodinâmica, ou seja, o chassi “ultrapassado” tá quase bom. e a 998 Rimini é linda. E corre de Showa… se meter umas Ohlins já andará mais de cara.
A Honda é que não aparece para o pau. Lekuona, seu piloto mais rápido (por pouquíssimo) está quebrado e não correu. Xavi Vierge é um lutador, a moto melhora, mas o problema é que os outros melhoram mais. Sempre. A Honda largou as Showa e está correndo com Ohlins e isso deve melhorar a moto.
A Kawasaki, em uma atitude esperta, não abandonou o campeonato, e alinha uma ZX10-RRRRRRRRRRR nas mãos do Garret Gerloff e será legal ver como ela anda comparada com a Bimota, que tem o mesmo motor.
Alguns repararam que a Ducati não está usando o modelo 2025 na pista. É porque nem tem ainda a 2025 R. Já fizeram isso com a primeira Panigale V4, que só estreou 1 ano depois de lançada no WSBK. Vão lamber ela primeiro no campeonato italiano.
Nas corrida o Bulega deu o seu show. Lembrando que ano passado ele estreou na categoria nesta pista e já venceu. Não foi a moleza que foi neste fim de semana, mas mostra que ele se adapta bem nesta pista. Sua tática foi a mesma nas três corridas, sair dando tudo e abrir no início das corridas, quando todos ainda estão mais cautelosos. Sua melhores voltas, nas 3 provas, foram a segunda e a terceira, aproveitando o sentimento excelente que ele teve na pista. As provas foram interrompidas porque a Pirelli não garantiu os pneus para 20 voltas. Os pilotos achavam que daria para fazer a prova inteira, mas com os pneus chegando no cacareco.
Fizeram dias lindos em Philip Island, minha pista favorita, mas com muito vento. E não adianta o Toprak choramingar que agora é Copa Ducati, porque foi incompetência da BMW em oferecer motos competitivas que fizeram isso. Ela vai ter que lutar no meio de um monte de Panigales super rápidas sozinho, porque nunca, nunquinha ele teve Michael van der Mark, ou Scott Reding, ou Garret Gerloff para ajudá-lo. As outras BMW são caras, não tem suporte e não andam. Todos pularam fora.
Mas o turco é mágico, Philip Island não é uma pista boa para ele e para a sua BMW, é uma pista fluida onde as frenagens demoníacas não são uma vantagem. Em Portugal veremos se ele se recupera, lembrando que ele ainda sofre com uma lesão no dedo.
Serão 8 contra 1. Hoje, na segunda corrida, foi lindo, a Ducati fez 1,2,3,4,5 e 6. Não tem prá ninguém.