Casa da KTM, Playground da Ducati

Em um fim de semana de corridas sem muita emoção, Bagnaia venceu o GP da Áustria pelo terceiro ano consecutivo, dando a nona vitória em Spielberg para a Ducati.

É um circuito de freadas fortes e retomadas que favorece a força do motor italiano, então a emoção só poderia vir na disputa entre as GP24 de Bagnaia e Martin, mas o atual campeão tem usado com perfeição a estratégia de assumir a ponta o quanto antes e correr “de cara pro vento”, sem se preocupar com a temperatura do pneu dianteiro. Martin até tentou resistir, mas cometeu um erro bobo na Sprint, e não conseguiu acompanhar o campeão no domingo.

É fato que ele passou o fim de semana com um corte profundo no polegar esquerdo, fruto de um “acidente no chuveiro”. Com tantos dispositivos e botões para controlá-los, o ferimento foi um incômodo.


MARC MARQUEZ

Depois de um início de fim de semana tenebroso em Silverstone, o Formiga conseguiu um acerto que o deixou confortável para a corrida. Com esse mesmo acerto ele já chegou bem na Áustria, não tendo problemas para ir ao Q2 e se classificar em 3°. Estava bastante otimista, mas o fds foi frustrante. Na Sprint herdou o 2° lugar quando Martin teve que cumprir uma volta longa e se viu andando no mesmo ritmo que Bagnaia. Apertou um pouco e foi 3 décimos mais rápido que o campeão. Aí se empolgou e acabou caindo. No warmup fez novo acerto fino e ficou em 1°, mas não era o seu fds de sorte. Quando ia para os boxes antes da corrida quase foi atropelado pelos seus mecânicos que corriam para o motorhome da Michelin para montar o seu pneu dianteiro em outra roda, ppis a que iam usar estava com a válvula de pressão defeituosa. MM foi para o grid com um pneu usado, mas a equipe conseguiu trocá-lo antes da volta de warmup. Como a temperatura do pneu estava muito abaixo, o Formiga tentou aquecê-lo ao máximo na volta de apresentação. Chegando ao grid freiou forte para ativar o dispositivo de largada que abaixa a suspensão dianteira. E freio mais uma vez para aquecer ainda mais o pneu. Só que isso desativou o dispositivo e ele não conseguiu mais ativá-lo, o que comprometeu sua largada. Um enrosco com Morbidelli levou os dois para fora da curva 1, sujando os pneus. Como resultado fechou a 1a volta em 13°, a 3s4 do Martin. Sua recuperação foi a única coisa digna de atenção na corrida, pois teve que ultrapassar Quartararo, Pedro Acosta, Pol, seu irmão Alex, Aleix Espargaró, Bezzecchi e Binder. Viñales e Miller ajudaram, saindo da pista na curva 2A. Entre as voltas 20 e 25 era o mais rápido da pista, descontando quase 3 segundos dos líderes, talvez contando com uma chuva que nunca veio. Nas 3 voltas finais relaxou para não repetir o sábado.

São muitas linhas sobre o Marquez, eu sei, mas foi o que teve para ver.

APRILIA

No sábado Aleix herdou um bronze inesperado, já que o início na sexta foi desanimador. Viñales já desandou a falar mal da equipe para a imprensa espanhola. Rivola andou batendo na mesa, inconformado com a distância para as Ducatis, cada vez maior. Eu não acredito nessa marca em 2025: cheia de pilotos novos, acho que vai desandar de vez.

KTM

Um 5° no sábado, com o demitido Miller, e outro no domingo, com o queridinho Binder. É pouco para o investimento que faz. Pedro Acosta, que alguns comentaristas chegaram a cogitar que disputaria o título, tomou três tombaços, não entrou no Q2, e fez um fds totalmente apagado. Pol fez um wild card com um protótipo que trouxe a suspensão traseira da Batmoto. Estava empolgado porque dizia que tinha dado trocentas voltas em Spielberg abaixo do recorde da pista. Só que treino é treino e corrida é corrida. Mais gente na pista, borracha Michelin misturada com a borracha Pirelli da Moto2 e Moto3, resultou em alguns tombos, uma posição de largada na 4a fila e uma corrida esquecível.

COPA JAPÃO

No sábado venceu Quartararo, em 12°, a 18s do Bagnaia. Em segundo lugar Zarco a 21s3.
No domingo deu Nakagami, 14°, a 36s3, com Rins em “segundo”, 16°, a 37s5.
Está feia a coisa… Yamaha tem 53 pontos no campeonato. A Honda, 28. Puig disse que a Honda levará para o teste de Misano uma moto inteiramente nova: motor, chassis e balança. No geral parece que a Yamaha tem investido mais, contratado técnicos italianos, mas na pista… Ficarei surpreso se as japonesas forem competitivas em 2025.


No mais, é a DUCATI muito à frente. Morbidelli ganhou mais um ano para se adaptar à GP24. Aldeguer teve duas corridas medíocres, no UK e na Austria, mas parece que vai mesmo para a Gresini, embora me cause estranheza que a vaga ao lado do Alex continue “vaga”. Pramac, que andou falando em contratar jovens talentos, aparentemente deu uma guinada de 180°, pois os boatos dizem que Oliveira e Miller correrão de Yamaha. E parece que o Augusto Fernandes será piloto de testes da fábrica de Iwata. A se confirmarem esses três, só faltará definir a segunda vaga da LCR, que está entre Nakagami (principalmente porque fala japonês) e o Somkiat Chantra, que representa um mercado importante para a marca.

As outras corridas foram mais disputadas com o colombiano David Alonso vencendo mais uma na Moto3, e o demitido Celestino Vietti vencendo pelo 2° ano consecutivo na Moto2, dando um troféu para a equipe da casa, KTM Aki Ajo. O nosso Diogo Moreira largou em 31° e chegou em 16°. Torço para que ele troque de equipe e substitua o Ai Ogura, porque a Italtrans me parece meio desorganizada. Na MotoE o Granado virou coadjuvante. O canal de YouTube Grande Premio 2 lançou hoje um vídeo sobre o assunto. Vejam lá.

Daqui a duas semanas teremos Aragon e espero sinceramente que haja mais disputa pela liderança. A corrida de ontem deu saudades dos vários GPs da Áustria que foram decididos na última curva.

Até lá!

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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