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Yamaha Majesty

E neste sábado 21, último sábado do inverno de 2024, levei para passear uma velha e muito digna senhora, uma Yamaha Majesty 250 1998. Parte da coleção do Bernardo Britto, foi adquirida no melhor negócio possível depois de comprar um argentino pelo o que ele vale e vender em seguida pelo o que ele acha que vale. Foi trocada em uma outra Yamaha RX 80… aí não… Minha primeira moto foi uma RD 50, praticamente igual a RX 80. Se eu tivesse dinheiro sobrando eu colecionaria todas as motos que eu tive na vida, e a RD 50 teria um lugar de destaque. É uma moto muito boa, inquebrável e muito mais rápida e estável do que a concorrência da época, que eram as CB50 paralíticas e a Suzuki corcundinha A50, outra lerda. Mas a Majesty é outro departamento.

Estávamos no início do desenvolvimento destes scooters grandões, com a Honda tendo o seu Spacy 250, a Suzuki o seu Burgman e a Yamaha com o seu Majesty. Tirando os Burgmans, que vieram em maiores quantidades para o Brasil, o Honda e o Yamaha são raros por aqui.

Eu normalmente não curto estes scooters enormes, gosto de Vespa, de Aprilias, scooters esportivos e pequenos, ágeis. Lembro-me de andar em Burgmans e Yamahas T-Max e achar um absurdo. Andam muito e você vai ali em cima solto, sem “vestir” a moto. O garupa também, vai soltão… não curti minhas experiências anteriores. Pode-se dizer que o garupa nestas scooters vai lá meio como que na Casa do Caralho, que era uma pequena cesta localizada no alto dos mastros das caravelas. O garupa vai encaralhado olhando tudo por cima do capacete do piloto, que vai sentado na sua poltrona. Correr com isso me pareceu temerário.

Mas o Majesty que eu usei tem uma cor linda, um Azul/Verde Petróleo, está novo, tem apenas 250cc, refrigerado a água, não corre muito. Parece elétrico de tão silencioso e o motor pede e prefere ficar murmurando seu ronquinho por volta dos 80 km/h. Ele não tem contagiros. Se acelerar, com garupa, ele vai até 120 km/h, que parecem uns 160 nele, mas sempre sem fazer barulho ou vibrar. Muito bom este motor que colocaram nele.

Bons freios também, com freio de mão. A iluminação dos faróis é excelente, bem como o consumo. Tem 3 compartimentos para guardar coisas, um grande porta luvas na frente, um pequenino espaço entre as pernas e um porta malas traseiro onde cabe um capacete integral.

A posição de pilotagem eu não gostei… pernas para frente. Se colocar os pés mais para trás os joelhos ficam altos, não é muito bom. Ele é excepcionalmente estável, certamente devido ao seu comprimento e distribuição de peso, bem baixo no conjunto. A garupa também estranhou a posição alta e solta, mas acabou gostando, pois a poltrona é grande e macia. A poltrona do piloto tem um ajuste lombar em 4 posições.

Resolvi ir até o restaurante Aki ki Nóis Fica, entre Mendes e Vassouras, uma pequena viagem que dá uns 250 kms de ida e volta. Fiz o caminho de Rio Petrópolis, Arco Metropolitano, Japeri, Paracambi, Paulo de Frontin, Mendes. Nas pistas rápidas mantendo entre 90 e 100 km/h no maior silêncio e proteção aerodinâmica. Não é rápido, mas é gostoso e pode-se observar tudo no caminho. A Serra de Paracambi ainda está muito ruim por conta dos estragos das chuvas do início do ano, com muitas obras e terra na pista. Os subúrbios de Japeri e Paracambi também não são os mais belos do mundo, mas é um caminho mais curto e protegido dos pedágios e das altas velocidades. Perguntei para a Chris e ela disse-me que não cansou muito e que não sentiu falta de potência. Mas que não achou a melhor coisa do mundo, pois não encontra apoio para frente nem para trás, e o banco, apesar de macio, é largo, obrigando a andar com as pernas abertas e segurando no “cagão” atrás. Mas finalizou dizendo que não é ruim, o saldo é positivo, mas é diferente, pior.

As suspensões é que revelam a idade do scooter, que está excepcionalmente bem conservado, está novinho. Mas com a quantidade de quebra molas no caminho, e com ele trafegando no limite de peso, que no manual diz ser de 188 kg, tem-se que tomar muito cuidado, pois ele fica baixo e detesta buraqueiras, tremendo-se todo. No asfalto liso, é o tapete de Aladim.

Almoçamos, voltamos já escurecendo e foi um dia muito legal. Continuo sem ter um scooter grande como favorito, mas este, por não correr muito, por ser muito silencioso e tranquilo, até que foi bem. A posição de pilotagem esquisita você se acostuma mais ou menos e foi uma curtição levar a senhora Majesty para passear.

Obrigado Bernardo pela montaria. Fique bom logo para que possamos fazer muitos mais passeios de moto por aí.