E depois de séculos, finalmente eu escrevo uma avaliação da Scrambler Ducati!!
Eu já tinha andado em várias, mas nunca tinha ficado com uma por mais tempo para poder escrever uma matéria sobre a bruta. Hoje, peguei emprestada a Scrambler Ducati do Paulo Garrido para ir no encontro de Penedo, e estou aproveitando para escrever um pouco sobre ela.
Vejam bem… ela não deve ser chamada de Ducati Scrambler… é Scrambler Ducati. Foi criada para ser uma marca quase que separada, com outras cores, outra pegada, bem diferente das esportivas e vermelhas Ducatis.
A inspiração é a Ducati Scrambler dos anos 60, criada por encomenda dos importadores americanos da Ducati, os irmãos Berliner. Fez sucesso, mas a Ducati se enrolou depois e estas motos se perderam no lineup da marca.
Aí, em 2014/15, resolveram relançar. Fizeram o maior mistério durante um ano e finalmente mostraram a moto em versão 800 e 400, por conta da legislação européia de habilitação. Sempre usando o venerável Desmodue, tunado para baixas e médias rotações, cores vibrantes, vários modelos. Não vende horrores, mas é um sucesso para a marca, cumpre os objetivos o suficiente para permanecer em linha e até receber modificações importantes, como recebeu para 2023.
Para nós cariocas foi um lançamento especial, pois vieram escondidos gravar o filme de lançamento no Rio de Janeiro. Na época eu sabia tudo o que acontecia de Ducati no Brasil, de modo que no dia seguinte a chegada da equipe e das motos, eu já tinha o endereço de onde eles estavam hospedados e antes de todo mundo invadi o set de filmagem e conheci as motos. O marketing da Ducati pediu pelo amor de Deus que eu não estragasse o lançamento espalhando estas fotos. Eu fui legal com eles, segurei a onda.
Peguei a moto na casa do Paulinho e na saída já me assustei com o motorzão da bruta. O desmodue tunado para baixa e média é uma delícia. Empurra lisinho desde os giros mais baixos e a moto, que é pequena, é SUPER esperta. Tempos atrás eu comparei ela com a Triumph StreetTwin e ela dá de mil em motor e freio.
É uma moto que não pode custar caro, então o acabamento não é luxuoso, tem muitas peças de plástico e é bem básica. Não é linda, é apenas bonita e estilosa. Nunca gostei do painel descentralizado (tem um kit a venda que centraliza ele, eu compraria com certeza). O guidão é amplo, dá uma excelente alavanca e a moto é magrinha, leve de manobrar e com uma pegada muito confortável.
Freia bem e a suspensão é mais para o lado do durinha, ela bate com forcinha nos buracos, até porque ela não é tão levinha como parece. O som do motor é discreto (adoro) e a moto é quase perfeita para usar no dia a dia. Não é mais porque ela esquenta um pouco a perna direita.
Peguei estrada com ela, fui no encontro de Penedo com garupa e foi bom. Bebeu pouco, anda com facilidade a 120 km/h retomando de sexta sem reclamar. Na cidade eu achei que ela balançou um pouco nas curvas, mas hoje na estrada ela foi e voltou completamente plantada no chão, sem sacudir nadica de nada. Talvez o peso maior, talvez a velocidade menor… só sei que arrastei com facilidade as pedaleiras dos dois lados. Os pneus são muito bons!!! Tem uma tomadinha USB embaixo do banco, que usei para ir carregando meu iPhone durante a viagem.
O banco é que acabou na volta prá casa… Ela não tem banco para viajar. Na ida nem doeu muito e eu dei uma parada. Na volta eu vim direto prá casa e chegamos com a bunda doendo muito, o banco “acabou”. Para viajar com ela, com garupa, tem-se que pensar em uma solução, pois o banco original não aguenta.
Curti muito a moto. É um estilo descolado, mas tocado com um equipamento de primeira. É bonita, rápida, estável, de qualidade. Nada a ver com a Monster, que é outra levada.
Obrigado Paulinho pela montaria.