Ninguém me perguntou nada, mas eu também não preciso disso, hehe, eu gosto de escrever. O MotoGP apresentou algumas novidades nos último dias e me deu vontade de comentar sobre elas.
Primeiro, a Sprint Race… Porque inventaram isso? Vai ser bom?
A motivação para esta mudança parece vir da queda de uma queda de audiência do show MotoGP. Apesar de nós aficcionados acharmos que o MotoGP é importante para a vida humana na Terra, na verdade ele é apenas mais um show, tocado por uma empresa que lá no final das pontas pertence ao Citibank e que está de pé para ganhar dinheiro. Sem audiência o valor do show cai e o financeiro lá no Citi já pensa que poderia investir em outra coisa para dar mais dinheiro. É isso no mundo todo e em todos os negócios, as pessoas que são donas de tudo nem gostam de motos ou corridas, elas gostam apenas e somente de dinheiro. A audiência nem abaixou tanto assim, mas tem as comparações com a F1 e todos os resultados financeiros são relativos. Se alguém com o mesmo investimento ganha 1 real a mais, na cabeça dos investidores eles estão “perdendo” 1 real. Não importa se ambos estão ganhando… é a praga do capitalismo atual.
Porque a audiência caiu? Devem estar estudando isso… o evento é bom, é otimamente transmitido pela TV, as corridas estão imprevisíveis, mas algo no todo, a pandemia, a falta de Valentino Rossi, a falta de Marc Marquez, o aquecimento global, a boa fase do Fluminense… alguma coisa está fazendo com que o interesse no MotoGP esteja diminuindo nas estatísticas e então inventaram de copiar o WSBK e criar uma atração para o sábado, uma corrida de pau puro, curta, onde não se precise economizar gasolina ou pneus. É, muita gente não sabe que as motos de corrida tem que economizar gasolina, senão não chegam ao fim da prova com seus tanques limitados em 20 litros.
No início eu achei uma palhaçada, estou acostumado com o sistema atual. Mas estou me acostumando com a idéia. No WSBK são 3 corridas por fim de semana, uma no sábado, mais a Sprint e a corrida do domingo. Segundo a Dorna, vão retirar um treino, de maneira que o tempo em cima da moto será o mesmo. Mas é um tempo diferente… uma coisa é treinar, outra coisa é subir naquelas cadeiras elétricas e dar tudo para marcar pontos no campeonato.
Quem nunca viu uma MotoGP ao vivo infelizmente não tem noção exata do quão rápidas e perigosas estas motos são. Cada vez que um piloto corre com elas, ou seja, sempre que saem do box, está correndo risco de vida. Botar valendo pontos em uma corrida curta com potência total, certamente irá aumentar o risco e dobrar o número de corridas anuais, que já é enorme, mais de 20 provas. Claro que os pilotos reclamaram, dizendo que é o dobro de trabalho e risco pelo mesmo dinheiro. Reclamaram mas no final disseram que irão fazer o que for decidido, afinal, eles sabem de onde vem o seu dinheiro e de todo modo, treino ou corrida, eles NUNCA passeiam com estas motos. Se estão na pista, estão correndo e testando alguma coisa, nunca levando moto para passear. Mick Doohan disse uma vez que simplesmente andar com a moto sem um objetivo é apenas arriscado e não leva a nada. Ele precisava ser convencido a subir na moto com um objetivo claro, caso não, ele não subia.
Os pilotos de ponta reclamaram, depois pararam de falar nisso.
Meu amigo e leitor Nelson Ricciardi lembrou dos prêmios por corrida que os pilotos recebem… outra coisa que terá que ser mexida. A primeira vitória de um brasileiro no mundo dos GP’s, veio pelas mãos de Adu Celso, em um GP que os pilotos de ponta boicotaram para forçar os organizadores a pagarem bons prêmios. Desde então as corridas pagam bons prêmios de largada e de chegada. Alguns pilotos de equipes menores inclusive nem ganham salário da equipe, mas faturam todos os prêmios do ano, que dá uma grana preta. Vão dar prêmios de largada e chegada para a Sprint Race?
Como eu disse, eu era contra mas estou aos poucos me acostumando com a idéia. Será bom ver o desempenho das motos sem as restrições de pneus e combustível, além de já largarem mais leves. O pau vai comer e quem poderia se aproveitar disse bem seria a Suzuki, que é beberrona e livre dos mapeamentos de contingência, iria dar mais trabalho. A Ducati é bem controlada no consumo e nada sei sobre a Yamaha nesta questão.
Vamos aguardar, vamos ver, vamos ver se a audiência vai curtir. Vamos torcer para dar certo. No WSBK deu.