E o campeonato começou do mesmo jeito que terminou, os mesmos protagonistas, as mesmas manobras. Marc Marquez e Dovizioso brigando pela ponta, Rossi comboiando. Vinãles vacilando, Zarco de coelho, Pedrosa sendo Pedrosa (vacilão) e Crutchlow como o best next da Honda. Igualzinho.
Já podemos definir um estilo Dovizioso de vencer. Calmo, vindo de trás, economizando pneus, passando no motor sem assumir riscos e pau puro nas 3 últimas voltas, com destaque para o capricho na última curva, porque até as pedrinhas dos circuitos sabem que na retomada de velocidade, sem embalo, não tem nada de duas rodas que passe a Desmosedici.
Dovi está casado com a moto, está maduro para vencer mais, está maduro para ser campeão. A moto tinha poucos defeitos e ainda deve ter alguns, mas em teoria melhorou um pouquinho. Para o desespero do Jorge Lorenzo, a moto funciona com ele. E muito bem. A cada vitória mais confiante, a cada vitória a situação fica mais difícil para o Lorenzo que lembrem-se, ainda não venceu de Ducati. É insustentável.
Mal acompanhei os treinos e na sorte vi o classificatório, foi eletrizante, nos últimos segundos todos postando voltas “vermelhas” e no final uma mudança total nas primeiras posições para o grid. As Suzuki’s aparecendo bem, com Rins na frente, todos bem juntos, Zarco batendo recorde. Zarco é danado e é lógico que ele e Crutchlow merecem esquemas melhores.
Na corrida Zarco partiu de coelho e segurou bem até faltarem 8 voltas para o fim. As Ducati’s largaram de marcha ré, assim como Vinãles. Já Rossi largou bem, agressivo e embolado com Petrucci e Crutchlow. Zarco se manteve na frente mas não sumiu, Marc Marquez e Rossi ficaram por ali seguindo mas até o sexto lugar estava compacto. Lorenzo e Vinãles se arrastando de décimo para cima, e Dovi subindo de posições devagar e sempre. Estava bom de ver mas eu nunca acreditei que Zarco fosse vencer. E não deu outra.
Quando a contagem de voltas regressiva chegou em 10, quem apostou na economia de pneus começou a usar o saldo. Dovi partiu para a ponta, Vinãles começou a passar todo mundo, Zarco a andar para trás. Rins infelizmente caiu, bem como Lorenzo, em fim de semana miserável. E pela imagem da camera foi um tombo esquisito pois apareceu uma moto azul na linha dele, isso o “desconetou” e ele abriu passando no verde e caindo. Estranho porque parecia que a moto azul estava caindo ou lenta, mas não deu para entender. Vou ver se ele fala alguma coisa. Deve estar muito puto com ele mesmo e com o resultado. Lorenzo tem que partir prá cima e ganhar corridas, não pode ficar levando pau do Dovi e caindo.
Faltando 3 voltas Dovi meteu a volta mais rápida da prova, Vinãles babando mas lá atrás e todos acelerando tudo. Rossi sem condição de atacar mas nestas condições, ter defendido o pódium já foi um prêmio, estavam ferozes atrás dele.
Marc Marquez abriu a caixa de ferramentas e fez o que depois contou no parc fermé, fechou a frente, usou a traseira, atrasou ao máximo as freadas. Ele é mestre em guiar no limite, e incrivelmente, o tempo que perde rebolando a moto ele ganha freando depois e apesar de ser evidente que Dovi estava mais consistente, colocou-se em posição e atacar na última curva. Contando com a sorte, porque já podemos dizer que todos estavam esperando esta manobra, e Dovi fez a parte dele, dando o X e metendo a mão. Mesmo assim a diferença foi de 0.027. Sensacional a chegada, gritei!
Dovi mereceu a vitória, cavou ela no estilo Dovi, depois de 3 segundos lugares nesta pista que favorece a sua Ducati.
Marc Marquez fez o que pôde e quase quase deu. Rossi mostrou-se forte e vai apostar na regularidade. Crutchlow, quem diria, foi o melhor privado apesar da visibilidade que o Zarco conseguiu.
KTM e Aprilia estão atrasadas. A promessa é a Suzuki, que também é factory, e que tem dois pilotos precisando mostrar serviço. Mas sabemos que todas as motos e pilotos vão melhorar, principalmente quando chegar na fase européia.
Muito bacana o SporTV contar com os comentários do Alex Barros, tomara que repitam sempre.
DESMO RULES!!!! Parabéns ao Ducati Corse, parabéns ao Dovi. Vamos para muitas mais.
Mário Barreto.