É meus amigos, eu estava tenso hoje para a última Sprint Race do ano. Até escrevi e mandei uma mensagem para os amigos:
“Daqui a pouco, as 11h, teremos a Sprint Race do MotoGP, a última do ano. Com 24 pontos de vantagem, Jorge Martin poderá ser campeão hoje, se marcar 2 pontos a mais do que Francesco Bagnaia. Em um ano em que a Ducati surrou os concorrentes, para ela, tanto faz o vencedor, pois ambos pilotos são seus contratados. Quem paga o salário do Martinator não é a Pramac, seu contrato é com a Ducati. Então toda esta história sobre a rivalidade, sobre as supostas injustiças e tudo mais, é para “inglês ver”, para dar audiência. Jorge Martin é um piloto Ducati oficial, colocado para correr na Pramac, mas isso não é comentado. E das 20 corridas do ano, provavelmente a Ducati vencerá 19, a maioria também enchendo todo o pódium. Yamaha e Honda melhoraram. Não o suficiente ainda… mas estão gastando os tubos para diminuir esta diferença. As 11h, todos ligados em Barcelona!!!“
Eu torço para o Jorge Martin. É o resultado de uma equação que leva em conta vários fatores:
Primeiro, acho que ele evoluiu bastante como piloto. É arrojado, rápido, mas não era muito tático, pensava pouco. Isso melhorou muito e o resultado está aí, na bica de ser campeão, vencendo muito menos do que o Pecco Bagnaia. Ele é rápido e peitudo.
Segundo, me incomoda o Pecco ser tri-campeão do mundo na categoria máxima, igualando-se a, por exemplo, Kenny Roberts Sr. Não entra na minha cabeça. Ele é bom, é ótimo piloto, mas tri é demais. Acho inclusive que ele pilota menos do que Fabio Quartararo, menos do que Jorge Lorenzo, menos do que Casey Stoner. Acho uma sacanagem Andrea Dovizioso não ter ganho nenhum e ele estar aí batendo recordes para a Ducati. Já ganhou 2, 3 é demais. Nem digo que ele anda menos do que Marc Marquez, porque isso é chover no molhado e veremos no ano que vem a diferença.
Terceiro, como torço para o sucesso de Marc Marquez, é muito melhor para ele ter ao lado um Pecco vice-campeão do que um Pecco campeão do mundo, por três vezes seguidas.
Quarto, será bom para o campeonato que o campeão use a sua coroa na Aprilia. Acho difícil que a Aprilia 2025 seja páreo para as Ducatis, mas dará um gás.
Quinto, parece ser a última e única chance do Jorge Martin ser campeão do mundo. Porque este ano Pecco deu este mole e ano que vem, vai gramar. Pecco teoricamente terá outras chances. E terá o osso duríssimo de Marc Marquez na Ducati Corse.
Dito isto, a largada de hoje foi boa. Pecco fez a pole e largou bem. Martinator largou bem também mas… duvideo-dó que ele fosse se esfregar com quem quer que seja nesta corrida de hoje. Até as pedrinhas do autódromo sabiam disso, e Pecco, na sequência Enea Bastianini, se aproveitaram disso para espremer e saírem na frente.
Pecco, de cara para o vento, sem ninguém na frente, com a moto acertada, é dificílimo de ser alcançado. Só perde para ele mesmo, se jogando no chão, como fez tantas vezes este ano. Foi para a ponta, virou rápido e lá ficou até o fim.
Jorge Martin, até para não perder a concentração, apertou um pouco, passou o Enea mas visivelmente estava evitando riscos, seguindo o conselho da vovó: “Corre devagar meu filho!!!” No estilo Dovi, andar rápido o mais devagar possível. Com isso, Enea, que sempre rende melhor no final das provas, e que precisa sair deste campeonato em terceiro lugar, deu o bote nas últimas curvas da última volta. Deu até sustinho no Martinator, que quando tentou voltar na curva, quase embolou com uma moto vermelha igualzinha a sua.
No final deu isso, Pecco -> La Bestia -> Martinator, que viu sua vantagem cair de 24 para 19 pontos. Pelo o que vimos hoje, somente um descontrole muito grande dele na corrida de amanhã o fará perder o título. Não precisa ganhar não precisa chegar em segundo, não precisa nem chegar no pódium. É só não cair, mas isso pode acontecer, como aconteceu com Valentino Rossi na decisão contra Nick Hayden.
A decisão ficou para amanhã. Mais tensão, mais pressão. Tudo o que a Dorna gosta. E eu gosto também, começo as provas com o c* na mão…
Até amanhã.