Encontro Internacional de Penedo 2024

Já fui a vários encontros de moto na minha vida, embora eu não seja um habituê deles. Tem importantes encontros que eu nunca fui, como por exemplo o de Tiradentes e agora o poderoso Capital Moto Week. Adoro ver as milhares de motos na estrada rodando, mas não gosto tanto assim de ver os “coletudos” reunidos e o movimento dos encontros em si.

Mas Penedo é diferenciado e tem muitas coisas que me fazem não perdê-lo. Acho que fui a todos, desde que começou, ou quase todos. Não é pertinho nem longe, está em uma distância muito boa para uma viagem de bate e volta. A cidade é acessível e a cada ano está mais arrumada, preparada e bonita. O astral é ótimo, é um encontro muito família, não mata as mulheres e muitos casais vão para os ótimos hotéis da cidade. Penedo não é alto, mas a cidade é fesquinha e a época do ano do encontro é o inverno. O que mais… Ah! Temos também ótimos restaurantes e a organização está dominada. Enfim, é muito bom.

Tentei novamente mobilizar a galera para ir comigo, tenho feito isso todos os anos, com pouco sucesso, o ForzaRio e a galera da minha idade não estão mais com esta disposição. Aliás, é incrível ver a diferença lá no encontro. Nos primeiros que fui, eu parecia um candidato a vereador, dando tchau e cumprimentando muita gente. Muitos conhecidos. Agora? Quase ninguém. Ninguém mais me conhece e eu não conheço ninguém. Este ano inclusive parei no estande do Ducati Owners Club, que eu presidi de 2010 até 2014. Tirando meu ex-vizinho e xará Mário, absolutamente nenhum conhecido. As justificativas dos amigos são várias, desde tenho que levar meu cachorro no salão até aniversário da sogra. Faço a minha parte, convido e vou, quem não vai, perde.

Este ano estava ótimo como sempre. Dia lindo na estrada, milhares de motos de todos os tipos e um grande engarrafamento de carros. Saí as 8h e fui super bem. Este ano eu fui de Ducati Hypermotard 1100. Puro suco de Ducati… V2, Vermelha, desmodrômica, monobraço, quadro de treliça, embreagem seca choacoalhando como uma cobra cascavel, uma belezinha. A Chris, minha namorada disse: “Que som gostoso!”. Respondi que sim, de fato existe um mundo de sons melhores, mas custam caro né? Estas descargas Zard full devem ter custado uns 2 mil dólares. Vieram acompanhadas de uma centralina de Bimota, mas aí a Hypermotard fica indomável e bebe para 12 km/l. Ela está com a centralina Magneti Marelli original e foi bebendo para 19 km/l (meu recorde com esta moto), e voltou bebendo para 16 km/l. Normais para uma 1100 cc braba como ela. Seus defeitos são suas características… não é a melhor moto do mundo para viajar com garupa, proteção aerodinâmica zero e dura como um pau. Faz curvas como um compasso, mas abomina buracos.

Chegando em Penedo parei a moto em um estacionamento e fui andando até o evento, no meio de centenas de motos, dezenas de restaurantes e grupos de motociclistas. Lá dentro foi o de sempre, uma grande área tomada pelas motos, de um lado as lojinhas, o outro as lojinhas de comida. Atrás estandes da Triumph AB Marina, HD, do DOCRio e um de motos elétricas. Na frente, o palco, onde mais tarde rolam os shows. Dei um rolé, parei no DOC, encontrei 3 (TRÊS) amigos apenas na multidão, olhei as lojinhas e BAU!!! Tá visto o encontro, kkkkk. Já com fome fui almoçar e este ano escolhi experimentar o Mexicalli, excelente.

O combinado era voltar, mas como a Chris não conhecia Visconde de Mauá, resolvi subir e mostrar para ela. Ainda subo com um imenso sorriso nos lábios, pois sou do tempo em que esta subida era incrívelmente pedregosa e esburacada. Era sempre igual, começávamos subindo bem devagar e desviando de todos os buracos, mas em cinco minutos virava rallye, com o carro voando e encaixando nos buracos. Na volta ao Rio o carro chegava todo frouxo e cheio de barulhos novos, era uma merda. Hoje, é tudo asfaltadinho, as novas gerações pegaram este mundo todo mastigadinho para eles. Visconde de Mauá mesmo não tem muita coisa, tem aquele restaurante mineiro ótimo e outras coisas escondidas, de maneira que o bom é andar mais um pouco e ir até Maringá, que acho maravilhoso.

Cheguei morto com farofa, olhei para uma pousada e ela me chamou: “Entra! Dá uma descansadinha!!!”. E assim entrei e ficamos para dormir por lá e descer no domingo. Não levamos nada, de modo que comprei uma sandália havaiana para desfilar de noite nos restaurantes chiques de Maringá. Uma friaca deliciosa, um silêncio gostoso, um céu super estrelado, uma noite maravilhosa.

Domingo acordei para o café da manhã, o plano era ver a corrida de MotoGP e descer, mas me dei mal!!! A corrida foi invertida e rolou primeiro o MotoGP para depois o Moto2, perdi a corrida, de modo que desta vez só teremos os comentários do André Bertrand. Mas assisti a Sprint Race na estrada no sábado.

Ao saber disso, fiquei meio chateado e voltei prá casa direto. Logo ao chegar na Dutra localizei um caboclo desconhecido voltando com sua parceira em uma BMW GS750 em um ritmo gostosinho e vim comboiando ele. É muito bom andar olhando e protegendo outra moto. Cheguei cansado e com calor, pois estava preparado para uma viagem mais fria.

E assim foi o Encontro Internacional de Penedo 2024. Ano que vem irei novamente, e espero que mais gente vá comigo. Vejam abaixo um vídeo de GoPro na chegada a Penedo:

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestas em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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