Programação intensa com MotoGP em Portimão, WordSBK em Barcelona e Formula 1 em Melbourne. Entendo que os campeonatos estão cada vez mais longos, mas será que eles não conseguem se organizar nos 40 fins de semana úteis do ano? Imaginem se a Liberty compra o MotoGP… já ventilaram a hipótese (absurda, na minha opinião) de fazerem rodada dupla de F1 e MotoGP no mesmo circuito. São públicos distintos, mas há uma intersecção que acaba prejudicada quando os calendários coincidem. Este fds foi dificil acompanhar tudo, mas semana que vem será de um marasmo total. Vai entender…
Mario escreveu que eu fiquei puto com o resultado do MotoGP no domingo. E fiquei mesmo… As corridas que gosto são as que as 22 motos cruzam a linha de chegada e quando o vencedor só se define na última volta. A quebra do cambio do Viñales no início da última volta foi um anti-climax.
Vitória muito merecida do Martin, que foi impecável. Enfim, “carreras son carreras” disse o Juan Manuel Fangio. É o melhor e mais ingrato esporte do Mundo. No sábado Viñales foi presenteado pelo erro do Bagnaia, no domingo viu seu belo esforço ir pelo ralo a 4 Km da linha de chegada. O proprio Martin perdeu o campeonato de 2023 ao cair sozinho quando liderava com folga o GP da Indonesia. No sabado tinha assumido a liderança do campeonato pela primeira vez no ano. No domingo a devolveu com folgas ao Bagnaia: é sempre mais fácil liderar a tabela e administrar a vantagem do que ter a obrigação de vencer.
Lamentável também a queda de Bagnaia e Marquez. Nem vou me estender: foi um acidente de corrida com os dois disputando o mesmo pedaço de asfalto. Para os criticos do MM, lembro que em Brno 2020, Zarco na posição do Bagnaia teve que cumprir uma volta longa. Particularmente achei um erro bobo, pois o campeonato está no início e a disputa era por um 5° lugar. Os dois zeraram e terão que correr atrás do prejuízo.
Acosta me impressionou bastante. Herdou o troféu, é fato, mas deu banho em Binder e Miller, passou como quis por Marquez e Bagnaia. Pit Beirer declarou que é o homem mais feliz do planeta.
Quartararo continua tirando leite de pedra, mas Rins tambem foi direto pro Q2, o que dá algum alento para a Yamaha. As Hondas foram as ultimas quatro motos do grid. Não preciso escrever mais nada…
Aleix e Oliveira não se encontraram com a moto. Fizeram um 8° e 9° (que deveria ser 11° e 12°, caso Viñales, MM e Bagnaia tivessem concluido a corrida) a mais de 21s do vencedor. É pouco.
Bastianini roda muito bem enquanto está sozinho na pista, fazendo ótimos tempos e conseguiu a pole. No meio do “tráfego” ele continua meio fora de forma, pois o pneu dianteiro esquenta, aumenta a pressão e perde a aderência.
Uma dica sobre a regra da pressão dos pneus: a limitação é sobre a pressão MÍNIMA. O piloto não pode andar com o pneu dianteiro abaixo de 1.80 bar por 40% do tempo de um GP. Se acontecer será punido com 16 segundos de acréscimo (na Sprint, 8s). Essa regra surgiu porque algumas equipes largavam com 1.60 bar ou menos, contando que o fato de andar no bolo faria com que a pressão subisse para níveis de boa aderencia. Largando com 1.80 bar muitas vezes o piloto tem que dar meio segundo de espaço para o piloto da frente para refrescar o pneu e trazer a pressão para um valor confortável. Isso e os vários apêndices aerodinâmicos tornaram as ultrapassagens mais dificeis. Eu tenho saudades do MotoGP sem asas e sem dispositivos para baixar a suspensão.
No mais outros destaquem do fds foram a primeira vitória do bom Aaron Canet (herdada após Alonso Lopez cair sozinho na liderança), a vitória do Carlos Sainz na Australia, duas semanas apos uma operação de apêndice (vitória ajudada pela quebra da Red Bull do Verstappen), e as duas sensacionais vitórias do Toprak Rasgatlioglu em seu segundo fim de semana com a BMW. Bautista ganhou a corrida longa de domingo. Acontece que o bicampeão largou em 11° nas duas vitórias do Toprak, chegando em 3° nas duas corridas. Quando largou em 3° ganhou com uma certa folga, à frente do Bulega e do turco. De qualquer maneira a ultrapassagem do Toprak na ultima curva de Montmeló lembrou muito a famosa vitoria do Rossi sobre o Lorenzo em 2009.
Sensacional!
Agora teremos três semanas de tédio…
Até Austin!