HONDA XRE 300 2019

Meus amigos, a Honda mais uma vez prestigia o Motozoo® e nos convida para avaliar a Honda XRE300, uma de suas motos mais queridas e vendidas. É figura fácil nas ruas da cidade, em suas múltiplas versões e anos.

São todas muito parecidas de modo que o modelo 2019 Adventure não se diferiu muito nas ruas, apesar de ser bem bonito, ela é discreta e apenas os fãs de XRE pararam do lado para olhar com cuidado e elogiar.

Ao pegar a moto, lembrei do aviso do João Mendes, que a pegou antes de mim: “Ela é alta para passar a perna”. É, a traseira dela é alta e do jeito que anda a minha elasticidade, eu tive que caprichar para passar a perna por cima dela. “Trepado” na bicha, ela cede um pouco, mas permanece com boa altura, o que é bom para uma “Adventure”. A abas do tanque e o bico “à la Dr. Big” ajudam a dar uma boa dimensão na moto. O design da Honda anda mais discreto do que a dos seus concorrentes. As peças são mais lisas, ainda que com muitos volumes, e a Honda adora esconder parafusos. Na XRE até que se vêem alguns. O acabamento é “padrão Honda” com os encaixes perfeitos e sem barulhos. A moto é suave de comandos e leve na direção.

Andei muito com ela na cidade, onde conseguiu impressionantes 34 km/l. Fiz uma pequena viagem do Rio até Morro Azul, perto de Vassouras. A avaliação ficou completa, com cidade, estrada e até um pouquinho de off-road. E como foi? Foi ótimo!!

Na cidade esburacada como o Rio de Janeiro, ter aros raiados de 21 é um santo remédio. A posição de pilotagem ajuda, o guidão alto ajuda e o torque em baixa do motor também ajuda para que ela seja muito boa de cidade. Passa em qualquer corredor, não dá moleza aos buracos. Tem porte, leva garupas com facilidade, não passa por “perereca”. Bem construída e equipada, tem cheiro de moto mais cara.

Por falar em equipamentos, eu sinceramente não entendo porque estas motos não tem tomadinhas USB em todos os cantos… é tão barato e tão útil… Por quê?

A iluminação de leds é excelente. Os freios ABS são bons, fortes, o ABS funciona de forma discreta com pulsos bem fracos na manete. Apenas achei que o toque da manete tem feedback um pouco alto e duro, e sem ajustes. O feedback das pastilhas é bom, o ataque  e potência do freio são adequados, mas a modulação, principalmente no início do curso, poderia melhorar. O freio traseiro é bom e nem merece comentários. Freio traseiro quando merece comentários é sempre uma coisa ruim, quando ele é bom é assim, parece que nem existe.

As suspensões eu achei um pouco firmes demais para a buraqueira da cidade. Na estrada, na serra, esta dureza revelou-se incrível, a moto é ótima para curvar no asfalto. Bem durinha, não rebola nunca. Mas achei um pouco dura demais para a cidade.

O desempenho é bom para a cilindrada, bastante torque, bem mapeada (mas faz cóf se golpear o acelerador em baixa), mas achei o motor diferente e para mim pior do que o 250 da Twister. Ele tem outro balanceamento, vibra diferente. As marchas não tem um clique tão gostoso, sinto falta da sexta marcha. A relação é mais para o lado curto, e uma modificação popular nesta moto é trocar a coroa e alongar a final. Eu trocaria. O 250 da CB250F me parece mais moderno e tenho certeza de que é mais gostoso de usar. Mas é mais fraco.  O motor da 300 é mais potente e mais torcudo,  mesmo assim acho o 250 melhor.  Será que não daria para aumentar a cilindrada um pouquinho dele?

Se bem que ele tem suas qualidades. Do jeito que está, mais para o curto de relação, ele é forte, bem forte. Cresce rápido e na estrada consegui botar 140 km/h no painel num trecho sem radares, espero. Dá para andar bem a 120 km/h. A posição de pilotagem, bastante sentado, acaba cansando o banco mais depressa do que na Twister, onde vc vai jogado para frente, cansando mais os braços mas aliviando o banco.

Peguei um trecho mínimo de off-road e acelerei um pouco para sentir o comportamento das suspensões e do chassi. Achei ótimos, mas aí faltaram pneus mais adequados, calibragem mais adequada e um pouco mais de coragem. Mas foi divertido.

Um ponto que realmente não gostei foi o alto barulho de rodagem dos pneus Metzeler que estão equipando a moto, me incomodou. O pneu é bom, tem grid, ótima dirigibilidade, mas canta alto.

Finalizando, eu gostei muito da moto, que em 10 dias de uso só deu alegrias e mostrou-se sempre lisa, pronta, forte e competente. Obrigado Honda por mais esta oportunidade e vamos em frente para o Salão MotoBrasil.

Mário Barreto

Link para a XRE no site da Honda: https://www.honda.com.br/motos/xre-300

Minha avaliação para a CB250F Twister: https://www.motozoo.com.br/?p=2890

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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