Motos de GP – Suspas

Dando continuidade aos textos sobre as motos de GP, vamos agora falar um pouco das suspensões delas.

Apesar do preço e sofisticação das peças, as suspensões são relativamente clássicas, com garfos telescópicos na frente e mono amortecimento traseiro.

Já se tentou fazer algo diferente, como as ELF no tempo das motos de 500cc com Ron Haslam (pai do Leon Haslam do WSBK). Com bom resultado inclusive, e a Honda comprou todas as patentes desenvolvidas. Mas não o suficiente para serem melhores do que o bom e velho garfo telescópico do “tipo Ceriani”. O Italiano Arturo Ceriani começou a fabricá-los nos anos de 1960 e hoje a marca pertence ao grupo Paioli, que também faz suspensões muito boas na Itália.

Olha aí a ELF de GP 500

Responsável maior pelo feedback que o piloto recebe ao correr com a moto, o conjunto de suspensão dianteiro tradicional ainda é o que melhor sensações e velocidade proporciona ao piloto. É uma peça que é ao mesmo tempo responsável pela direção e suspensão da moto, e uma meio que atrapalha a outra. Existem trocentos outros projetos que separam uma função da outra, como nos carros, mas nenhuma delas se revelou até agora melhor do que os garfos telescópicos do tipo Ceriani.

E entre os fabricantes, a Ohlins se sobressai. Tem piloto que coloca no contrato que só corre de Ohlins. Tempos atrás Mick Doohan pediu para testar uma sueca na sua Honda 2T, que era obrigada a correr de Showa. Montaram, ele deu 3 voltas e baixou mais de um segundo no tempo imediatamente… é demais. Em meados dos anos 2000 o HRC liberou-se da Showa e hoje todos correm com a sueca, menos a KTM, que investe na sua White Power.

Com tanto piloto e equipe boa usando a Ohlins, eles acabam que tem um conhecimento muito superior aos outros, pois são muito mais dados que eles recebem das equipes. E provavelmente são forjadas nas mesmas fornalhas que fizeram o martelo de Thor, Mjölnir! Só pode.

Cada piloto tem o seu técnico de suspensão, porque é uma coisa muito sensível. As regulagens são as mesmas de uma moto de rua… mola, válvulas, óleo. A diferença deve ser a precisão e os materiais que eles usam, além da telemetria que é precisa.

A Ducati e suas canelas negras de carbono

A Ducati, sempre ela inovando, começou a usar suspensões Ohlins com o tubo externo de fibra de carbono, isso há dois anos atrás. Não foi ela que inventou, a Honda talvez tenha sido a primeira lá nos anos 80, mas foram abandonados. Mais leves e eles podem mexer na flexibilidade do tubo. apanharam um pouco, mas hoje está aí disponível para quem quiser usar. Acho que Honda e Yamaha usam também.

Também no capítulo de inovação e que mistura com o chassi, são os sistemas que a Ducati inventou para abaixar as suspensões dianteira e traseira na largada e depois a traseira em prova, para melhorar a aerodinâmica da moto. Gigi não é mole não!

As suspensões são com ajuste elétrico e se auto ajustam para cada trecho da pista, baseadas em um mapa que vai na ECU e que é capaz de reconhecer em que parte da pista a moto está. Já deu muita merda isso, pois quando falha a moto fica totalmente desregulada de suspensões, uma uma regulagem errada para o local da pista.

Esta característica da moto mudar curva a curva foi um fator importante na mudança de geração dos pilotos. Antigamente, uma das maiores qualidades de um piloto era sentir o comportamento da moto e prever o que ela faria na próxima curta, aproveitando-se disso para andar rápido. Porém, teve uma hora que o piloto começou a pegar uma moto diferente para cada curva do circuito, teve que confiar nos técnicos e desenvolver outro tipo de sentimento, em constante mudança. Muitos pilotos não conseguiram fazer este clique.

Coisa linda esta White Power grossona da KTM. Funciona

É um componente caro, sofisticado e importante na moto. A Ohlins domina o mercado, todos a usam, menos a KTM, que usa White Power e desenvolve sua tecnologia própria.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

Deixe seu comentário!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.