Pois é, do dia 5 ao dia 7, todos os pilotos se encontrarão novamente, em Sepang, para o início da temporada. Muito troca troca de equipes, algumas caras novas, motos novas, recomeça o frenesi. Teremos 3 pilotos novos: Somkiat Chantra, Fermin Aldeguer e Ai Ogura.
Esta semana as equipes com concessões, aquelas que estão gramando sem ganhar nada tem já um tempão, já começaram a treinar e a gastar gasolina e borracha. São elas a tal de Honda, e a tal de Yamaha. Para Ducati, Aprilia, KTM, só puderam usar seus pilotos de testes. E as equipes de testes também estão muito boas, sintam só o nível: Dani Pedrosa, Augusto Fernandez, Andrea Dovizioso, Aleix Espargaró, Michelle Pirro e Lorenzo Savadori. Nada mal.
A Ducati botou a GP25 na pista, mexeu em coisinhas na moto toda e está testando novas carenagens. Segundo Gigi, estão sem pressa partindo de uma base já muito boa, a GP24, mas eles tem que aprontar o motor (que será selado para o ano todo), depois a carenagem (que será homologada e só poderá ser modificada uma vez). Talvez as pessoas não lembrem, mas a Ducati veio resolvendo seus problemas ao longo de muitos anos. Gigi chegou lá em 2014 e sua primeira moto foi a GP15. A GP14 ainda era Frankestein. E só venceu em 2022… demorou isso tudo para chegar neste ponto. E que ponto é esse? As Ducatis tem se mantido muito estáveis na freada, o que as coloca em condições de começar as curvas em uma posição de muito equilíbrio e consequentemente, saindo muito rápido. Não são as motos mais ágeis, ou que fazem as curvas mais rápido, mas tem conseguido abrir no mínimo 3 décimos por volta, as vezes mais. E, conseguiram em 2024, mais rápido do que todos controlar o novo pneu traseiro Michelin, que é super aderente. Sofreram apenas umas 3 provas com chattering, mas logo em seguida resolveram e deram ótimo uso para esta super aderência. As Hondas, por exemplo, não resolveram este problema durante toda a temporada. As Ducatis estão partindo este ano com esta vantagem e margem, além de bons, os melhores pilotos.
As Aprilias tem-se revelado motos de setup complicado e imprevisível. Não são fáceis de pilotar, tem feedback sonso. Nada é muito ruim, mas nada também é superior a Ducati. Também sofreu com o novo pneu Michelin e como era tida como a melhor moto na tração mecânica, isto é, sem a ajuda eletrônica, se danou mais, porque a eletrônica é ajustável facilmente, mas tração mecânica é projeto, tem que mudar a moto toda. The Martinator é o campeão e um piloto extraordinário. Certamente será rápido e combativo, mas tudo dependerá do quanto a Aprilia aprendeu a usar o pneu traseiro. Não falta motor, aceleração ou aerodinâmica na moto, falta conjunto, feedback e um setup sólido. A moto precisa gastar menos pneu e ficar dentro de um envolope de desempenho de alto nível por mais tempo nas provas.
As KTM sofreram no ano passado por conta de uma moto que perdia muito desempenho durante as corridas. E também com um excesso de peças e equipamentos para colocar na moto. As motos constantemente eram todas diferentes umas das outras, em detalhes, atendendo a pedidos dos pilotos e isso atrapalhou muito. Falaram que iriam diminuir isso em 2024, mas o desespero de levar tanto couro fez com que novamente tivessem este comportamento. E, com um chassi diferente e suspensões diferentes de todos os outros, fica mais difícil. Se mete uma frente de uma Ohlins nas motos, de cara tirariam meio segundo… Este ano estarão correndo com o fantasma da falência da KTM nos calcanhares, o que eu acho muito improvável. Acosta virá babando, pois seu objetivo agora é sair da KTM para outra fábrica! 🙂
A Yamaha é uma incógnita. Mexeu-se para caramba, contratou técnicos italianos, arrancou a Pramac da Ducati, dobrou o numero de pilotos, abriu uma equipe de Moto2 e está desenvolvendo um V4. A moto melhorou bastante no final do ano passado e Quartararo continua sendo um dos melhores pilotos no grid, muito respeitado e motivado. A Mission One manteve o seu problema de sempre, é boa de curva mas não ultrapassa ninguém. E como não tem conjunto para largar da primeira fila, se arrebenta a prova inteira enfiando-se na traseira das outras motos no inicio para o meio das curvas, sendo dispensada alegrememte quando a moto da frente acelera. Não há como o 4 em linhas meter torque como um V4, e até ela encher, já era. Não há uma única pista no calendário que dê uma chance para a Yamaha explorar suas poucas vantagens e por isso, ela finalmente desenvolve um V4. Aguardemos. Quartararo está virando bons tempos nos testes preliminares.
A Honda, de todas, é que parece-me mais ferrada. Seus pilotos são os mais fracos em teoria, e ninguém quer andar de Honda. A moto nova está feia para caramba, o que é um bom sinal. Veja a Ducati, que é horrível. Mas com Marini e Mir… Zarco e Ogura… lineup mais fraco. São todos bons pilotos, ótimos, mas é o lineup mais fraco. Gosto do Santi, mas detesto o Puig. Salvo milagre, a Honda vai continuar andando atrás em 2025. Mas espero que não!!!
Hoje é dia 3, os testes completos começam depois de amanhã. Vai ser legal de assistir!!