Bem, é um assunto enorme, daria um pequeno livro, mas vou tentar fazer um resumo, em partes, apenas para arrumar a nossa cabeça. O que mudou?
1 – Software da ECU único e controlado.
Todos terão que usar o software da central de controle eletrônico da Magneti-Marelli e isso terá grandes implicações. O processo para a implantação durou todo o ano passado. Todos os fabricantes tiveram a oportunidade de dizer o que queriam no software da caixinha até o meio do ano passado. Depois disso eles iriam trabalhar para integrar estes pedidos, se possíveis. Tanto o hardware como o software são super complexos e competentes. Isso vai representar uma vantagem enorme para a Ducati e Yamaha, e é muito ruim para a Honda. O chefe de tecnologia da Dorna, e responsável pela ECU, é o Corrado Cecchinelli, ex gerente da eletronica da Ducati, que sempre usou Magneti-Marelli e conhece muito bem o sistema.
Aliás, a base do novo sistema mais sofisticado foi baseado no sistema da Ducati. A Ducati venceu a categoria Open em 2015. Também a Yamaha tem experiência com as Magneti-Marelli Marvel e em 2015 teve duas Yamaha’s Open, as Forward, que correram com o software open.
Porque é ruim para a Honda? Por vários motivos. Primeiro, o uso do torsiômetro, a sua caixa de marchas zero-shift super rápida, faz com que o software da Honda seja o mais cheio de segredos, que ela não quis disponibilizar para o software open. Ela teria que dizer até o meio do ano passado o que queria, e isso implicaria em dizer como funcionam os seus segredos. Duvido que ela tenha feito isso. Isso quer dizer que ela terá que dar um jeito novo para usar seus segredos, sem usar a ECU e sem passar por cima do regulamento. O motor Honda é potentíssimo e precisa muito da eletrônica para ser “domado” e controlado. Comparando com Ducati e Yamaha, é a que menos experiência tem com a Magneti-Marelli, os japoneses da Honda estão batendo cabeça com os settings do software oficial. Apesar de ter andado com as RCV Open na mão de Nick Hayden e outros, a moto era péssima e não se aproveitou o ano para aprender a usar o novo software dentro de um ambiente realmente competitivo.
A Yamaha tem um motor mecanicamente mais comportado, e a Ducati tem uma maior integração com a Magneti-Marelli, sairão na frente.
Depois falaremos dos pneus que também serão novos, Michelin.
Abraços
Mario Barreto
Eu não acredito que Ducati terá vantagem. Vai começar o ano atrás de Honda e Yamaha. E que as japonesas estão 3 anos a frente em desenvolvimento. Acontece que a Ducati tem Stoner mesmo assim não fará milagres. As Honda e Honda e já tirará a diferença na primeira corrida.
O que acredito ser o inimigo é o Michelim. Esse sim vem pra igualar
Honda e Yamaha devem realmente começar andando na frente da Ducati, mas não será por conta do software. É porque tem os melhores pilotos e mais dinheiro. E motos melhores também. Mas especificamente na questão do software, a Ducati está em boa posição. Hardware italiano, software italiano, escrito e comandando por ex-funcionários da Ducati e que o usa a muito mais tempo.