Os testes do Oriente…

E terminamos o período de testes deste ano, após 2 dias em Sepang e mais 3 dias em Mandalika. Para Rookies e para a Aprilia os testes foram maiores, porque eles puderam rodar mais uns dias em Sepang.

Choveu, pista nova, motos novas, novos pilotos e agora é prá valer, no início do campeonato em 06/03 em Losail, a tradicional corrida noturna que abre o campeonato.

Muito poderia ser dito aqui, em detalhes sobre cada piloto, equipe e moto, mas estou com muita preguiça de escrever e vou ficar nas impressões gerais da bagaça toda.

O que ficou é que após o período de congelamento e de grande assanhamento da Ducati, que terminou o campeonato passado em grande forma e distribuindo motos pelo grid para 2022, as outras fábricas não são trouxas e tiveram todas grandes avanços também, com a VANTAGEM de concentrar seus esforços em muito menos motos.

Vcs entendem que é Pecco e Miller x Quartararo e Morbidelli x MM e Pol x Binder e Miguel x Aleix e Viñales x Mir e Rins? O campeonato é disputado aí, não adianta ter 8 motos, estas duas oficiais é que tem que andar.

E neste esforço concentrado a Honda impressionou geral. A nova moto nasceu boa, é bonita, equilibrada, imenso potencial a frente e permitiu Pol ser o mais rápido nos testes e Marc Marquez andar tranquilo e cair pouco. A moto antiga foi desenvolvida para duas coisas que não existem mais… o antigo pneu dianteiro e um MM mais novo e menos quebrado. Após dois anos levando pau e na dúvida de saber se MM voltaria ou não, a Honda desenvolveu uma moto mais tradicional na distribuição de peso, melhorou o motor e o resultado taí, uma moto que já está botando medo no grid. A Repsol Honda não é qualquer equipe, Marc Marquez não é qualquer piloto. Quando eles vem com uma moto que anda rápido, dá poucos problemas e deixa os pilotos rindo, é para os outros chorarem…

MM feliz na moto nova…perigo…

A Aprilia nova também nasceu boa, apresentou poucos problemas e mostrou-se rápida na mão de Aleix e de Viñales. De alguma maneira eles conseguiram juntar um monte de componentes ali no meio da moto, que é um V4 a 65 graus, não a 90 como a KTM, Honda e Ducati. Isso deixa um espaço bem menor no meio dos cilindros, mas faz um motor mais compacto. O desafio era juntar as coisas ali, principalmente eletrônicos e servos e tudo não pegar fogo!!!! Parece que conseguiram, a moto está fininha de frente como uma Moto2 e muito mais fácil de entrar nas curvas (palavras de Aleix Espargaró). A RS-GP 2022 disputa com a Ducati o título de moto mais feia do grid, mas anda.

Viñales, Espargaró e Savadori com a RS-GP 2022

Já a moto mais linda do grid, de longe, é a Suzuki. Seu novo motor tem sido elogiado pelos seus pilotos e notado por seus adversários. Sempre foi uma moto muito boa de chão, chega a dar pena das outras motos quando chega na curva e as Suzukis  literalmente sambam atrás delas, tendo 2 ou até 3 linhas para escolher enquanto sentimos elas se matando para se agarrarem em uma única linha que conseguem fazer… Já rola a fofoca de que Mir está cotadíssimo para a Honda HRC em 2023, o que acho uma sacanagem com Pol e com a Suzuki mesmo, acho que este tipo de conversa só poderia rolar do meio do ano prá frente. O fato é que a Suzuki precisa mostrar serviço e uma moto boa se quiser continuar contando com os serviços do campeão. Mostrou, os pilotos estão satisfeitos, a equipe ainda sem um novo chefe e o único problema até agora é que a moto, apesar de rápida de boa de prova, é incapaz de flying laps como as outras. Isso dificulta as largadas. A Suzuki anda quase igual de pneu macio ou pneu de corrida.

Não é linda?

A Ducati mandou o seu PR calar um pouco a boca e precisa dedicar-se a domar as suas motos GP22, que são poderosas, tem potencial, são tecnologicamente avançadas, tem a novidade do shape shifter dianteiro agora, mas são, como sempre foram, as motos mais complicadas de setup do grid. É muito dado, muita coisa o que acertar e acabou que elas não dominaram os testes da maneira que estavam prevendo e como o final do campeonato passado deixava ver. Em minha opinião a Ducati tem que se concentrar em Pecco e Miller, “esquecer” as outras motos. Não tem bobo neste campeonato.

Tem que botar no chão!!!!

As KTM, após um 2020 muito bom, teve um 2021 ruim, e mudou muita coisa na equipe. Segundo eles, a perda das concessões, que agora só a Aprilia mantém, mudou muito o modo de trabalho deles… Eles também acham que ano passado trabalharam demais, produziram peças demais e acabaram fazendo um quebra-cabeças de moto e sem saber onde mexer. Para este ano o objetivo é ter método e fazer a moto ficar confiável novamente. Acredito que os estreantes não terão potencial de tomar muito tempo da equipe, não vejo-os andando mais do que Miguelzinho e Binder, o que é bom.

A KTM tem que mostrar serviço este ano.

Por último a Yamaha, que recebeu queixas do campeão, outro que está sendo cortejado por meio mundo no paddock. Ele, eu, você, a torcida do Flamengo e do Coríntians, esperam pelo dia em que a Yamaha vai apresentar um motor que não leve o couro que leva de reta. Dizem eles que o motor é mais forte, mas Quartararo brincou dizendo que talvez tenham acabado os cavalos na região de Iwata… A moto apresentou-se em média 9 km/h mais lenta de reta do que todas as outras. Apesar disso, Quartararo meteu tempo quando quis e partiu para o Time Attack. Ele é incrível e ao saber que não adianta nada reclamar do que não tem jeito, declarou que está pronto para o pau com o que tem, que a moto 2022 é de fato melhor. Morbidelli virá junto, não duvidem disso e apenas Dovizioso está lá atrás e sem nenhuma mostra de que poderá surpreender, mesmo com uma moto 2022. A Yamaha é equipe que sabe que o campeonato, a equipe, é feita para Fabio Quartararo, o resto fica com o que sobra.

Quartararo é sim, candidato ao bi-campeonato.

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

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