Noventa e três. Setenta e três. Sessenta e três.
Acostumem-se a ver esses três compartilhando pódios, não necessariamente nesta ordem.
Aconteceu que a GP24 era/é uma moto tão boa, que nem o Gigi Dall’Igna conseguiu fazer algo melhor. Então o grid tem agora três GP24s e três GP24.9s, como as apelidou o Bagnaia. Quem saiu da GP23 está andando nas nuvens. Até o Diggia, de quem não se pode exigir muito no momento devido à péssima condição física, deu declarações super entusiasmadas sobre a enorme diferença sobre a GP23, que correu em 2024 com o pneu traseiro chiclete da Michelin, que empurrava a frente da moto nas entradas de curva. Alex Marquez está andando muito e fácil. Morbidelli fez bons 5° e 4° no sábado e no domingo. O novato Aldeguer ficou devendo.
Bagnaia tem razões para ficar frustrado. Ele esperava uma evolução significativa e está tendo que se contentar com mais do mesmo. Balança, suspensão e o dispositivo que controla a altura da traseira foram aperfeiçoados, mas motor, chassi e aerodinâmica continuaram os mesmos. Nos testes pós GP de Jerez haverá uma nova avaliação de chassi e carenagem, mas é provável que qualquer mudança só ocorra depois das férias de verão.
Marc Marquez é só sorrisos, e um piloto feliz anda mais rápido.
Infelizmente Martin não volta na Argentina e não acredito que volte em Austin. Há quem acredite que ele volta em meados de abril, no Qatar. Minha previsão mais otimista é Jerez, duas semanas depois. É uma pena, pois, contrariando minhas previsões pessimistas em relação a Aprilia, Ogura e Bezzecchi andaram bem em uma pista que sempre foi problemática para a fábrica de Noale. A estreia do japonês foi um show à parte, surpreendendo muita gente. Até a mim, embora ele esteja no meu time de fantasia do MotoGP. A pintura Gulf da Trackhouse tornou essa estreia ainda mais bonita. Quem acompanhou as 24 Horas de Le Mans na década de 70 certamente se lembrará dos Porsche 917 Gulf Oil. Eu tinha um poster dele no meu quarto, assim como u poster de um dragster. Todo sessentão teve um poster de dragster hehehe.
Surpreendentemente a LCR Honda conseguiu um belo 7° lugar na corrida com o Zarco que chegou a apenas 3 décimos da Aprilia do italiano. Mir também foi bem no fds, fazendo uma boa classificação, pontuando pela 2a vez em uma Sprint mesmo tendo que desviar da largada tresloucada do Bezzecchi, mas caiu na corrida. Marini esteve lá. E só. Chantra não caiu e teve um breve pega com o Maverick, que levantou a torcida.
Depois que a Yamaha fez um brilhareco em Sepang e chegou a ser apontada como a 2a força do grid, o resultado em Chang foi desapontador. Quartararo não compareceu. Disse que não conseguia inclinar a moto e foi a 3a Yamaha, atrás do português, marcando apenas 1 ponto. Rins mostrou queimaduras severas nas pernas, devido ao superaquecimento da moto. Oliveira ainda está buscando um rumo depois que casou com a irmã, mas quem lê a imprensa portuguesa acredita que ele está a um tiquinho de voltar a vencer. Miller é que fez um bonito na classificação, seguindo o Bagnaia de perto, mas não conseguiu transformar o ótimo 4° lugar na largada em bons resultados. Caiu no sábado, ao tentar acompanhar o grupo da frente, e perdeu rendimento nos pneus no domingo, além de ter que correr segurando a carenagem com os antebraços, recuando para 11°. Quartararo e seus companheiros reclamaram muito dos pneus que a Michelin trouxe para Buriram, de carcaça mais dura para suportar o calor, pois não permitiam que eles usassem o ponto forte da Yamaha, que é a precisão da sua frente. Isto posto, a Pramac deu um banho na Monster Yamaha. Será que estão sentindo falta do Lin Jarvis?
A KTM foi bem discreta neste fim de semana. Acosta, que, na minha opinião, fala demais pra quem ainda tem que aprender muito, caiu mais uma vez no domingo e não pontuou. Binder fez um discreto 8°, a 20s do vencedor, e teria perdido a posição para o Bastianini, até então o patinho feio dos quatro, se houvesse mais uma volta. Viñales que era só elogios para a moto na pré-temporada, foi o 16° a 29s. Não sei se é contenção de despesas, mas acho que foi a moto que menos evoluiu este ano.
No mais, Diogo Moreira fez um 4° lugar com sabor meio amargo. Fiquei com a impressão que quando o Senna teve que pagar a volta longa e ele se viu com 2,4s de vantagem, acabou dando uma relaxada antes da hora. Talvez fosse o caso de dar uma apertada final naquelas 2 voltas pro australiano não se entusiasmar. Só que o Senna tirou 1,4s naquelas duas voltas e veio pra cima. Tiveram uma disputa bonita, mas perdemos o pódio. Fica a lição para o futuro. Boa estreia do Dani Holgado e muito discretas as estreias do Davi Alonso e do Collin Veijer. Acho que o Moreira pode disputar o título com o Canet, o Vietti e o González.
Agora Argentina.
Quem vai?
Até lá!