É meus amigos, a Ducati teve um fim de semana de dominação no GP da Itália com a vitória do Pecco. Dominou a primeira fila na largada, dominou nos treinos e Pecco, que vinha apresentando o melhor ritmo indiscutivelmente nestes treinos, correu como treinou, virando baixo e com consistência.
Não deu outra, veio passando na moral e no motorzão, chegou na ponta e de lá não saiu mais.
A primeira fila de rookies foi muito mais uma circunstância da pista molhada quase seca do que uma velocidade incrível dos pupilos de Rossi. Sem dúvida são rápidos, sem dúvida suas motos são boas, sem dúvida foi merecido e também sem dúvida fizeram boas corridas largando da ponta. Sem dúvida também de que o time Gresini é um time muito bom. Prá vocês verem a diferença que faz treinar bem e largar na frente. Prá vocês verem a diferença que faz um time unido e bem gerenciado.
Nesta pista o Michele Pirro já deve ter rodado com a Desmosedici GP o suficiente para ir ao sol e voltar (umas 20x), tem um retão enorme e na subida, se a Ducati não se impõe nesta pista, poderia desistir. A Ducati preferiu se impor.
Pecco levou uma pressão até certo ponto inesperada do Fabio Quartararo, que não treinou bem, não tinha um bom ritmo, mas que em um acerto de última hora viu a sua Yamaha M1 render bem, inclusive de velocidade final, que não ficou tão abaixo como de costume. Está “envergonhante” a diferença de desempenho do campeão e os outros pilotos Yamaha. Darryn Binder chegou em décimo sexto e fora dos pontos, Morbidelli décimo sétimo e Andrea Dovizioso em vigésimo, a meio minuto do vencedor. Isso é inaceitável.
Yamaha e Honda tem o costume de colocar apenas uma moto boa na pista. Nos tempos de Rossi com Colin Edwards, a moto do Rossi era escandalosamente melhor. Inesquecível foi aquela corrida em que Rossi estava quebrado e que Colin Edwards tinha a tarefa de impedir Nick Hayden de marcar muitos pontos. Deram a moto do Rossi para ele, e imediatamente marcou a pole position. O bi-campeão do WSBK nunca tinha chegado perto da primeira fila naquele ano. Mas a diferença está grande demais. Fabio Quartararo é o campeão mundial, é um piloto excepcional mas não anda meio minuto a mais do que Andrea Dovizioso ou Franco Morbidelli.
Não é à toa que a equipe RNF WithU bandeou-se para o lado da Aprilia para o ano que vem. E Morbidelli, vice-campeão de 2020 com 3 vitórias, deve estar muito desconfortável na equipe. Lin Jarvis já anunciou que ano que vem a Yamaha não terá equipe satélite, um pequeno absurdo na história do MotoGP. E apesar do que é dito, não renovou com Fabio Quartararo. Vai que a Honda, privada de dispor de Marc Marquez, leva o francês para correr de Repsol? Dinheiro eles tem para isso. Agora imaginem a Yamaha em 2023 sem equipe satélite e sem o Fabinho….
A Ducati dominou na largada, mas se não fosse o Pecco Bagnaia, perderia ou para a Yamaha de Quartararo ou para a incrível Aprilia de Espargaró, que pela primeira vez na vida pega 4 pódiuns seguidos e que se mantém a apenas 8 pontos da liderança do campeonato. Jack Miller deve ter tido algum problema e sumiu, chegando em décimo quinto.
Quem estava vindo na pressão e iria passar todo mundo para chegar no pódium e talvez até disputar a ponta era Enea Bastianini, mas infelizmente estabacou-se.
A TV não mostrou muito a corrida mais prá trás, mas soubemos que as duas Suzukis caíram logo no início, que Marc Marquez após largar bem agressivamente foi perdendo posições até chegar em décimo. Marc vai operar novamente o braço e abandonar o campeonato deste ano. A Honda, quem diria, irá enfrentar mais um ano ruim, porque a moto nova está se revelando não tão boa como parecia no início, e seus pilotos tem muitas fraquezas. Hoje, Espargaró, tido como carta fora do baralho para o ano que vem, estabacou-se novamente.
Puig pode escolher onde pescar pilotos… Mir, tido como favorito, Rins, Quartararo, que não renovou ainda, e porque não Zarco (que hoje chegou em um ótimo quarto lugar), Miguel Oliveira…
Este ano a dança das cadeiras está demorando um pouco, mas quando começar, vai ser uma loucura. Tem muita equipe arrependida com suas escolhas de pilotos, e tem muito piloto arrependido com suas escolhas de equipe.
Parabéns Ducati Corse pela linda vitória de hoje. Parabéns Pecco Bagnaia pela pilotagem fina e o mais precisa possível em sua GP22. Não é fácil parar este canhão a 300 e blau no final do retão, ficar na pista e não deixar a M1 chegar perto. Parabéns.
Semana que vem teremos outra pista favorável para a Ducati, mas se o Fabio e a sua Yamaha continuarem andando assim, babou, serão bi-campeões.
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