Sonífera Styria

Deu sono.

Relembro minha coluna logo após o GP de Portugal: o título já tem dono. Se havia algo em que algum outro construtor era melhor do que a Ducati, a largada, Gigi deu um jeito. Após duas largadas de foguete no sábado e no domingo, Binder chegou no Bagnaia e mandou “seus bastardos, vocês trouxeram algo de novo pras largadas”. E Bagnaia confessou, embora não tenha entrado em detalhes. Então, c’est fini. Em pistas stop and go como a de Spielberg, o poder de aceleração da Ducati é imbatível. As corridas não tiveram nenhuma emoção, com Binder comboiando à distância, e mais algumas Ducatis depois. Uma a menos, no sábado, porque o Jorge Martin fez um salseiro na primeira curva acabando com a Sprint do Oliveira, Bez e Zarco.

Com o Bastianini ainda fora de forma e ritmo, Martin e Bez são os únicos que poderiam fazer sombra ao Bagnaia, mas o primeiro é marrento demais e o segundo marrento de menos: não consegue cortar o cordão umbilical que o prende ao Rossi a ponto de estar desprezando a GP24 da Pramac.

Aliás, há quem esteja chocado com a decisão do Zarco de ir para a LCR Honda no lugar do Rins. Na minha opinião ele está certíssimo. A Ducati oferecia a ele um ano de contrato, provavelmente de GP23. A Honda ofereceu 2 anos, mais a possibilidade de um terceiro, pagando o dobro da grana. Na idade dele e sabendo que a Ducati, no melhor estilo Ferrari, tem seu queridinho: nem tinha o que pensar.

Dada a resistência do Bez, o boato tolo da semana fala sobre o MM93 na Pramac. Não há a mínima chance: é mais uma daquelas fofoquinhas para gerar views. O jornalismo esportivo está indo ladeira abaixo.

A KTM fez de tudo para que o Ezpeleta lhe concedesse a vaga da Suzuki para a Husqvarna, assim substituindo “um fabricante por outro”, mas o espanhol não abre mão dessas vagas, de olho na BMW ou na Kawasaki. Sonhar não custa nada, mas acho muito improvável. Para resolver a matemática de 5 bundas para 4 assentos, Pit Beirer deve colocar Augusto Fernandez na condição de piloto de testes. A Dorna concedeu o aumento de 3 para 6 wild cards em 2024, para motivar os pilotos que auxiliam o desenvolvimento das motos. Outra questão é o número de contusões afastando pilotos titulares, que são substituídos por outros que não conseguem competir no mesmo nível, como foi o caso do Jonas Folger.

Emocionante mesmo foi a prova de Moto3, com o turco repetindo o feito do Miguel Oliveira, entrando na última curva em 3° e se aproveitando da disputa dos dois líderes para vencer por pentelhésimos 5 milésimos.

O final da Moto2 me lembrou uma entrevista do Casey Stoner, que perguntado sobre as comemorações criativas das vitórias, disse que sentia alguma pena dos sujeitos que passavam a prova esperando a vitória do fulano carregados de adereços, e iam pra casa frustrados quando fulano não ganhava. Pedro Acosta era o favorito, piloto oficial KTM, mas o Vietti ressurgiu das cinzas e o deixou em segundo. Mesmo assim, pra não desagradar o patrão, Acosta botou a fantasia de caipira estiriano e fez um papel ridículo no parc fermé. Stoner está certo.

No mais, Diogo Moreira não disputou a ponta e está um pouco apagado. Parece que vai pra Moto2, que seria melhor para o seu tamanho. A ver. Granado fez um 2° e uma queda: o tradicional calça de veludo ou bunda de fora.

A próxima é na Catalunha e espero que não seja mais do mesmo, porque está chato.

Até lá!

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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