Téquinfim!! Terra de Lorenzo!

Cara, comentar MotoGP é ingrato e difícil. Queima-se a língua com muita facilidade e dá muita discussão. As coisas mudam muito rapidamente e vc dá uma opinião que na próxima corrida já te arrebenta todo! Maneiro, é isso que faz ser tão legal. É assim desde que comecei a comentar as corridas lá no falecido site do RioGP. Além de ser gostoso fazer uma controvérsia e cutucar as enfermeiras do Dr. Rossi.

Hoje vimos uma corrida muito boa, boa para o campeonato. Uma vitória no estilo de Lorenzo, de ponta a ponta, sem dar uma escapadinha, sem dar uma balançadinha, sem nenhum errinho. Fluido, suave. Todas as voltas em 48, menos a primeira e a última, constante. Ele e o launch control da Ducati são ótimos e eu não tinha a menor dúvida de que ele iria pegar a ponta de cara, largando de segundo. E, pelos resultados nos treinos somados ao estado de espírito de dar uma resposta ao Claudio Domenicali, apostava tudo na vitória dele.

Chegou emocionadíssimo, seus olhos fechadinhos dentro do capacete e cravou sua bandeira no solo de Mugello – Terra de Lorenzo. Não foi a primeira vez que fez isso ali.
Ao chegar, na festa da Ducati no Parc Fermé, cagou para o CEO Claudio Domenicali. Abraçou a direita, a esquerda, pulou o meio e voltou para o interior. Não o vi trocar uma palavra sequer com o chefe. Babou, o clima ali está ruim. Mas está feliz com o Gigi, que foi quem pediu a sua contratação e se aliviou um pouco. Que situação. Lorenzo fora da Ducati para 2019 e só falta agora começar a andar mais do que o Dovi, o que seria normal. Dovi fez uma boa corrida mas terminou com cara de bunda, pois agora ele é o piloto número 1, ele tem que ganhar. Agora é que o bicho pega, correr como azarão é uma coisa, ter que ganhar é outra. Domenicali fez isso com ele, agora ou ele ganha ou é a melhor Ducati ou chega com cara de bunda.

Foto de Michelin Motorsport

No último artigo eu falei que a GP18 não está pronta, mas hoje dominou ao ponto de quase colocar 3 motos no pódium, pois Petrucci andou por terceiro. Vamos ter que ver mais corridas e reavaliar isso.

A Yamaha melhorou na mão do Rossi e nos treinos, de Viñales, pois botou as duas na primeira fila de largada. Na corrida Viñales largou mal e não se recuperou, pois o Pace estava quente. Rossi fez uma corrida sensacional, brigando com quase todo mundo e no final meteu um pódium bem merecido. E com a dificuldade do Dovi nas duas últimas voltas, por pouco não beliscou o segundo lugar. Bom ver as Yamahas andando bem. Assim como as Suzukis, as motos de Hamamatsu, se perdem em alguma coisa, é por muito pouco, estão andando lindamente e precisando de um campeão para andar com elas.

Rossi e seu novo capacete. Foto de Michelin Motorsport

Por último falarei de Marc Marquez e da Honda. O baixinho largou bem, errou e já de cara empurrou o Petrucci para fora da pista. Fico puto com isso que ele faz e torço para que alguém um dia, em breve, deixe bater e o jogue no chão. Prejudicou a corrida do italiano, que teve que dar um gás extra no início da corrida, com direito a melhor volta, o que fez falta no final. O Marc é muito talentoso, o mais talentoso na pista atualmente, e seu tombo deu mais uma mostra disso, pois veio segurando a moto no cotovelo e perna, borrachando o chão de forma impressionante. Tivesse mais alguns metros de asfalto ele iria parar a moto agarrado com ela e ficaríamos sem saber se ele caiu ou não! Mas está passando dos limites. E o HRC só pode contar com ele, pois Pedrosa é Pedrosa, um dia em cada 300 acorda e ganha uma corrida. E Crutchlow não é confiável. E o Puig um bunda mole, detesto ele.

Foi bom para o campeonato, pois Marc marcou zero e aproximou geral. Vamos ver se o novo tanque de gasolina mantém o Lorenzo em condições, vamos ver se Dovi se firma como primeiro piloto, vamos ver se Marc bota a calculadora para funcionar. Muitas, muitas emoções à vista! Que venha a próxima.

Foto de Michelin Motorsport

Parabéns CAMPEÃO Jorge Lorenzo, Ducati Corse, Luigi Dal’Igna e todos os ducatisti.

Mário Barreto

Publicitário, Designer, Historiador, Jornalista e Pioneiro na Computação Gráfica. Começou em publicidade na Artplan Publicidade, no estúdio, com apenas 15 anos. Aos 18 foi para a Propeg, já como Chefe de Estúdio e depois, ainda no estúdio, para a Agência da Casa, atual CGCOM, House da TV Globo. Aos 20 anos passou a Direção de Arte do Merchandising da TV Globo onde ficou por 3 anos. Mudando de atuação mais uma vez, do Merchandising passou a Computação Gráfica, como Animador da Globo Computação Gráfica, depois Globograph. Fundou então a Intervalo Produções, que cresceu até tornar-se uma das maiores produtoras de Computação Gráfica do país. Foi criador, sócio e Diretor de Tecnologia da D+,depois D+W, agência de publicidade que marcou uma época no mercado carioca e também sócio de um dos primeiros provedores de internet da cidade, a Easynet. Durante sua carreira recebeu vários prêmios nacionais, regionais e também foi finalista no prestigiado London Festival. Todos com filmes de animação e efeitos especiais. Como convidado, proferiu palestras em diversas universidades cariocas e também no 21º Festival da ABP, em 1999. Em 2000 fundou a Imagina Produções (www.imagina.com.br), onde é Diretor de Animações, Filmes e Efeitos até hoje. Foi Campeão Carioca de Judô aos 15 anos, Piloto de Motocross e Superbike, mantém até hoje a paixão pelo motociclismo, seja ele off-road, motovelocidade e "até" Harley-Davidson, onde é membro fundador do Museu HD em Milwaukee. É Presidente do ForzaRio Desmo Owners Club (www.forzario.com.br) e criou o site Motozoo®, www.motozoo.com.br, onde escreve sobre motociclismo. É Mestre em Artes e Design pela PUC-Rio. Como historiador, escreve em https://olhandoacidade.imagina.com.br. Maiores informações em: https://bio.site/mariobarreto

Um comentário em “Téquinfim!! Terra de Lorenzo!”

  1. Assino embaixo, Presida!
    Vou começar falando do marquez, que fez tudo errado desde a largada. Ora… o sujeito está disparado na ponta do campeonato, é o único largando com pneus duros na frente e atrás e quer resolver a p@%%a da corrida na primeira curva? Desnecessário. Podia ter cozinhado ali em 5o ou 6o as primeiras 5 voltas até os pneus chegarem na temperatura ideal. Foi castigado, e BEM castigado, pelo chega pra lá que deus no Petrux. Não gostei e fiquei feliz com a queda dele: muto bom para o campeonato.

    As Hondas são umas cabritas difíceis. Só o MM consegue fazer aquela moto andar, mas no limite do limite: para dar m… não precisa muito.

    O Dovi tem me decepcionado bastante nas entrevistas. Foi perfeito em 2017 e tinha a humildade como característica mais forte. Já está se achando piloto de ponta, coisa que ele sempre ficou pelas beiradas, nunca sendo “o cara”. Acho que continua sem ser. Teve a Ducati trabalhando pra ele até agora, e, como você destacou, virou primeiro piloto: está com o peso nos ombros. Não sei se aguenta.

    Não se iluda tanto com as Ducati: as retas de Mugello e Losail são bônus que não se encontram a cada fds de GP. Lorenzo já podia ter vencido em Sepang, mas jogou para o time. De agora em diante ele não vai entregar mesmo. Vamos ver se o Dovi se garante.

    As Yamaha continuam devendo e é preciso aplaudir o Rossi, que tem a manha dos atalhos de Le Mans e Mugello. Driblou as Suzukis com a faca nos dentes e deu show. Foi bonito ver a maré amarela invandindo a pista: enriqueceu a festa do 1-2 da Ducati.

    Foi uma das melhores corridas do ano!

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