THE ITALIAN JOB

Não me refiro ao clássico filme de 1969, com Michael Caine nas ruas de Turim, nem ao remake de 2003, aproveitando o relançamento do Mini Cooper pela BMW:

Mugello foi a celebração do sucesso da Ducati, que ocupou os cinco primeiros lugares na Sprint Race e os quatro primeiros da corrida de domingo. Fez pole e melhor volta e poderia ter tido um domínio ainda maior, se Alex Marquez não tivesse caído nos dois eventos, se Bastianini estivesse em melhor forma física, e se não tivesse dado um gremlin na moto do Bezzecchi no domingo, depois que ele liderou o warmup.

O fato é que a Ducati está imbatível e o unico piloto que destoa é o Diggia. Bagnaia, quando consegue andar na frente, lembra o Lorenzo. E a Ducati trabalha para ele, portanto… voltando lá na minha coluna de Portimão, o título de 2023 já tem dono.

As KTM têm os seus momentos de brilho, como o recorde de velocidade quebrado pelo Binder (366.1 Km/h, no sábado), mas, se não passarem entre os líderes ao final da primeira volta, vão disputar quinto lugar.

As Aprilias andaram pra trás. Inovaram na aerodinâmica em 2022, mas foram copiadas e superadas por Ducati e KTM.

As Hondas continuam sem ter uma frente que dê um feedback adequado e com dificuldade em botar potência no chão nas acelerações. Além dos pilotos se queixarem de problemas inesperados nas frenagens: Marc Marquez quase repetiu Portimão no inicio da corrida de domingo, na freada da Arrabbiata 2. Mir caiu no FP2 e quebrou um dedo. Rins caiu na Sprint e fraturou tibia e perônio: se der tudo certo volta em agosto, em Silverstone. Se… Marc caiu no domingo e por mais que ele tenha feito uma cena de espanto, achei que foi erro dele mesmo. Na intenção de fazer um traçado diferente na curva que antecede a reta (Bucine) para tentar ultrapassar o Marini, passou muito inclinado na parte externa, suja, da pista e perdeu a frente. Uma repetição de Le Mans. Este fim de semana vai ser meio vai ou racha: se ele nao conseguir andar bem em Sachsenring a coisa vai ficar (ainda mais) feia na HRC.

De relevante nas corridas, os bons dois nonos lugares do Bastianini, ainda bastante fragilizado fisicamente. O fato do Morbidelli ter se classificado e chegado à frente do Quartararo, que foi 2° colocado em 2022, gerou um certo alvoroço entre os novos jornalistas fofoqueiros, que vivem procurando picuinhas e manchetes. Perguntado se esse resultado facilitaria a renovação com a Yamaha, o ítalo-brasileiro respondeu com um enigmático “eu quero mais um ano de Yamaha?”.

Alex Marquez teve um momento assustador na curva 1, quando o vácuo das motos do Marini e do seu irmão tiraram o efeito das asas e ele não conseguiu parar a moto, dando muita sorte de não acertar ninguém no processo. Essa é uma questão que está sendo discutida nos bastidores: a aerodinâmica ajuda muito, mas o comportamento da moto muda drasticamente entre andar com a cara pro vento ou atrás de um competidor. O vento na pista também afeta mais a pilotagem com todo o downforce, ou ausência dele, que as asas proporcionam. A ver…

Na Moto2 vitória tranquila do Pedro Acosta, com um segundo lugar também tranquilo do lider do campeonato (por 20 pontos), Tony Arbolino. Esses dois parecem estar encaminhados para a MotoGP, a KTM fazendo de tudo para segurar o primeiro, e a Gresini contando com o Tiger Tony para o lugar do Diggia.

Na Moto3 nosso Diogo Moreira conseguiu um bom 7° após ser punido e ter largado de 22° e ter cumprido uma volta longa. Se tivesse largado na sua posição original, 4°, podia ter dado samba. Ganhou o Holgado pela 3a vez no ano, para alegria do Poncharal. Ele lidera o campeonato com alguma folga: 35 pontos à frente do Masia e 45 pontos à frente do Diogo, mas há muitas provas até Valencia.

Por fim, parabéns para o Granado, que ficou afastado devido a uma concussão cerebral devido a um tombo na WorldSBK em Barcelona, perdeu a primeira rodada, mas conseguiu um bom 6° e sua 11a vitória no MotoE no dia do seu aniversário. Está em 7° no campeonato, a 28 pontos do Torres. Se ele fizer o que sabe e não der tiro no próprio pé, há esperança.

Agora é pa-pum: Alemanha e Holanda vêm aí. Será que a Honda consegue juntar 4 pilotos?

Até lá.

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

Um comentário em “THE ITALIAN JOB”

  1. Sem dúvidas são anos Ducati, na MotoGP, Wsbk e MotoE (rsrsrs). Investiram, dedicaram e o resultado é esse. Uma pena a redução de construtores, não temos kawasaki há anos, Suzuki se foi e BMW nunca cogitou (tá aí uma dúvida…, Nunca?).

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