E esta semana vimos a estréia da nova Triumph motocross. É meus amigos, a Triumph fez uma moto toda nova, 250cc, motocross. Contratou Ricky Carmichael, lenda do MX americano e Iván Cervantes, cinco vezes campeão mundial de enduro. Não posso concordar com os que chamam Ricky Carmichael de GOAT (Great of All Time). Tive a sorte de vê-lo correndo aqui no Brasil, no Nações de Indaiatuba e ele levou couro. Muito couro.
Segundo a Triumph, a moto foi feita do zero e o plano é entrar no Campeonato Mundial na categoria MX2 em 2024 e MXGP em 2025. Fez um contrato com Thierry Chizat-Suzzoni, que até 2021 rodava a equipe Kawasaki de fábrica no mundial. Fera. A Triumph será equipe de fábrica.
Thierry Chizat-Suzzoni – Proprietário da equipe Triumph Racing (MX2 e MXGP):
“A Triumph assumiu um grande compromisso para construir uma moto MX e competir no Campeonato Mundial de Motocross da FIM. Estou feliz que minha equipe será a Triumph Racing Team oficial no MX2 e MXGP. Nick Bloor e o Conselho de Administração da Triumph deixaram bem claras suas ambições de longo prazo para o projeto e vejo uma enorme paixão de todos na Fábrica. Estou feliz com o progresso da moto, ela parece ótima, tem velocidade na pista e Vincent e minha equipe estão trabalhando com os engenheiros de Hinckley para transformá-la em um pacote competitivo para entrada no Campeonato MX2 em 2024. MXGP continua a crescer em todo o mundo, estou muito feliz por estar de volta e ansioso para correr com a Triumph”.
No Monster Energy AMA SuperMotocross World Championship, a Triumph escolheu fazer a parceria com o Bobby Hewitt:
Bobby Hewitt – Proprietário da equipe Triumph Racing (Campeonato Mundial de SuperMotocross e MX Amador dos EUA):
“Sempre soube que eventualmente voltaria às corridas, mas poder fazê-lo com uma marca icônica como a Triumph e poder ajudar a construir esta equipe Triumph Racing dos EUA desde o início é uma oportunidade única na vida. As motocicletas fizeram parte da minha família enquanto crescia e tê-los agora decidindo entrar em corridas off-road profissionais é uma tremenda oportunidade para o nosso esporte e uma prova do crescimento da indústria de motocicletas em geral na América. Também tenho muita sorte de poder trabalhar com Scuba (Steve Westfall) novamente e adicionar a experiência de Dave (Dave Arnold) e Dudley (Dudley Cramond) à nossa equipe. Estou honrado por trabalhar ao lado de todos na fábrica em Hinckley e mal posso esperar para voltar para a pista de corrida em 2024 com nossa nova equipe e competir por um Campeonato Mundial SMX!”
Em seguida, contratou dois pilotos muito bons para desenvolver a moto:
Para o MX2, Clément Desalle:
“Participar do programa Triumph MX2 me permite usar meus anos de experiência como piloto profissional para ajudar a transformar a stock bike em uma moto de corrida completa de fábrica, pronta para a temporada MX2 em 2024. Trabalhando com Thierry e Vincent, sei que a Triumph juntei-me às melhores pessoas possíveis para entregar resultados vencedores no menor tempo possível e estou entusiasmado com o que o futuro reserva.”
Para o SMX, Ivan Tedesco:
“Estou muito animado por fazer parte do novo programa de corridas da Triumph e por trabalhar com Ricky e Bobby novamente. Ter a oportunidade de trabalhar com uma nova marca no nosso desporto, de pegar numa nova bicicleta e desenvolvê-la para um pacote pronto para corrida, é uma oportunidade única na vida.”
Rick Carmichael e Iván Cervantes são embaixadores mundiais da marca.
E vamos ver a moto… aqui neste vídeo, nós vemos a construção do novo chassi:
E aqui neste vídeo, eles mostram o motor de 250cc:
Neste vídeo, mostraram pela primeira vez a motos andando:
Finalmente, apresentaram a moto no Coliseu de Los Angeles, com Rick e Jeff Stanton:
E o que eu acho disso tudo? Eu acho louvável a disposição da Triumph em entrar nesta categoria de motos, onde ela nunca esteve. Nunca, em sua história, ela teve uma moto deste jeito para poder usar sua história como base. O negócio da Triumph é Bonneville, Tridents. É tudo novo. Fabricou a Tiger Club, de 1954 até 1968, uma mono de 250cc, mas longe de ser uma off-road.
A Ducati também ameaça entrar no MX, o que só vai fazer o campeonato crescer. As marcas européias, Triumph, Ducati, KTM, bem como as chinesas e indianas, estão espremendo as marcas japonesas a cada dia. Em breve o Japão irá perder a hegemonia que hoje exerce no mundo motociclístico. Nas corridas de motovelocidade a Ducati já domina e na Moto2 o motor é Triumph.
Assim como na aviação, onde o que faz o avião voar é o dinheiro, no motociclismo também. O que faz uma moto andar bem nas corridas, é o dinheiro. Se a Triumph botar muito dinheiro, pode entrar já beliscando uns top 10, se escolher pilotos bons. Vencer, nos primeiros anos, acho muito difícil. A moto me parece tradicional, não inventa nada, o que já é um bom caminho. Se vem com idéias revolucionárias, iria mais para deixá-las competitivas.
Não me chamou muito a atenção a moto, as motos de enduro e MX são muito parecidas. A Triumph deve ter feito pesquisas e viu um mercado, viu um nicho para investir, e meteu bronca. Eu não vi e não vejo, mas vamos ver.
Sucesso!!!!!!!