Um, Dois, Três, ??? Vitórias: a moto do momento

Outra corrida incrível e nova vitória do Quartararo, provando que a Yamaha acertou a mão na sua moto deste ano e que o título é uma possibilidade concreta. Viñales não concorda comigo e já começou o seu processo de criticar a casa que o acolheu. Lembrando que ele não agradeceu à equipe e à marca quando ganhou a primeira prova: ele ganha, a equipe perde. Não sei como o Lin Jarvis o atura. Quartararo já era o favorito desde o FP4, quando enfileirou várias voltas em 1’39”. Seu ritmo durante a prova foi muito preciso, fazendo 18 voltas abaixo de 1’40.4, que foi a média do tempo de volta da corrida. Ele afirmou que está mais forte mentalmente, e eu espero que seja verdade. Só saberemos no dia em que as coisas derem errado.

A temperatura mais alta do fim de semana dificultou a vida de quem andou acima do limite e tivemos muitas quedas entre potenciais candidatos à vitória: Miller, Rins e Zarco foram vítimas da própria ambição. Miguel Oliveira foi vítima da injusta comparação com o seu resultado do final de novembro, há menos de 5 meses. Como ser melhor do que pole, vitória e volta mais rápida? Além disso a prova passada foi a última do campeonato, título já decidido, e a maioria dos pilotos não conhecia o circuito. Ele foi pressionado pela torcida e pela imprensa a andar mais do que o potencial da sua moto. Caiu nos treinos e na corrida: uma pena.
E mais uma vez tivemos uma Ducati em 2º lugar, com Bagnaia. Ele correu a prova em 41’51.2 contra 41’51.4 do Miller em novembro. A Yamaha é que baixou de 42’07 do Viñales para 41’46” do Fabio (2” mais rápido do que o Oliveira em 2020). Por isso que acho risíveis especulações do tipo Dovi ganharia com um pé nas costas, pois ele não ganhou nem quando tinha a melhor moto do grid, em 2017/2018. A M1 é a moto do momento.
Triste situação a do Rossi, que não está se entendendo com a moto que ganhou as 3 corridas. O Morbidelli está muito incomodado de andar com a moto de 2019. Tem feito, de forma indireta, mas mal disfarçada, críticas duras à Yamaha e eu não duvidaria se ele assinasse com outra marca: afinal, foi vice-campeão e ganhou 3 GPs. Fez um bom 4º, mas certamente chegaria melhor se pilotasse a última especificação da M1. A questão é: assinar com quem? Só se a Suzuki criasse uma equipe satélite. A Ducati já tem o futuro planejado, com o Bastianini fazendo um bom P9 e liderando a corrida dos rookies. Martin vai voltar babando para recuperar o prejuízo. Não prevejo grandes mudanças nas principais equipes e a única que está mal servida de pilotos é a Tech 3: Poncharal deve estar deprimido com Petrucci e Lecuona.
Por fim, o assunto que bombou no Algarve: a volta do Marc Márquez. Antes da corrida eu mandei um áudio pro Mario Barreto prevendo que ele chegaria em 11º e isso já seria uma vitória. Três caíram na frente dele (o Miguel estava atrás) e ele chegou em P7, a 13.2s, depois de aliviar muito nas últimas 3 voltas. Foi um ótimo resultado, pois foi mais rápido do que o 4º lugar do Pol Espargaró em 2020 (41’59.6 contra 42’00.7) e ainda mais rápido do que a melhor Honda, Nakagami, 5º lugar com 42’01.5. Ele fez 7 voltas seguidas (da 14 a 20) perto de 1’40.1 e cansou. Segundo suas próprias palavras, no início da prova ele se sentiu uma criança jogando com adultos, todos o passavam. Depois conseguiu correr sozinho e se sentiu mais à vontade. No fim era a moto mandando nele e não o contrário. Fez bem em desabafar ao chegar nos boxes: é humano. Os próximos dois meses serão mais ou menos assim, perdendo as forças durante o fim de semana, mas ele vai voltar a vencer. Não para ganhar este campeonato, mas para incomodar a gurizada que ganhou corpo com a sua ausência.


Na Moto 2, Sam Lowes voltou a ser Sam Lowes. O engraçado é que o Crutchlow estava no grid, lhe dando conselhos, e ele voou longe na 1ª curva, perdendo a liderança do campeonato. Deu mole, porque chegou um cara novo que vai disputar a taça: Raul Fernandez é o “pedroacosta” da classe intermediária. Fez um 5º, um 3º e um 1º e já é vice-líder. A prova foi disputada pelos suspeitos de sempre: Gardner, Bezzecchi, Roberts, que se somaram ao Canet. Canet é muito talentoso e rápido. Corre de Boscoscuro (ex-Sutter), é meio maluquinho, e me lembra o Quartararo. Não corre em uma equipe de ponta como as Red Bull Ajo, Marc VDS e Sky VR46, sempre favoritas, mas vai dar trabalho. Uma das melhores cenas deste fim de semana foi a ultrapassagem do Gardner sobre o Roberts na última volta, um pouco forçada, que deixou uma marca de pneu no macacão do americano e lhe roubou o troféu de 3º lugar. Foi boa, porque o Roberts deu risada e até pousou para fotos com o australiano. Em um paddock cheio de pilotos mimizentos, que não perdem uma oportunidade de alimentar polêmicas, Roberts soube perder com elegância (mas aguardem o troco hehe).


Na Moto 3 o rookie Pedro Acosta deu novo show e lidera o campeonato por 31 pontos depois de 3 corridas. É um fenômeno e vai atropelar a concorrência. Principalmente se ela continuar a dar mole, caçando punições para largar dos boxes ou caindo de bobeira.
Ansioso para a prova de Jerez.
Aposto na Yamaha. Quem topa?

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

Deixe seu comentário!

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.