Um Resultado Conveniente

Não me levem a mal, eu estava torcendo pro Bastianini e fiquei feliz com o resultado, mas o fato do incidente não ter sido sequer investigado criou um precendente que tornará as próximas 6 corridas, no mínimo, INTERESSANTES.

No final a Ducati foi campeã de construtores pelo quinto ano consecutivo, um feito só atingido por MV Agusta, Suzuki e Honda. Atingiu sua 100a vitória com um piloto da equipe oficial, italiano, que por acaso nasceu e vive no entorno de Misano, e manteve o campeonato mais apertado, com apenas 24 pontos entre o 1° e o 2°.

A minha honesta opinião é igual à do falecido Nick Hayden: “rubbing is racing!”. É o que se espera da nata dos pilotos, principalmente na luta por uma vitória, na última volta. Por outro lado, sempre acreditei que o limite fosse permanecer dentro da pista, e La Bestia não fez a curva. Na foto abaixo percebe-se quão longe ele está do apex da curva, então… minha conclusão é que, no MotoGP, como na vida real, a punição do crime depende de quem é o criminoso. Só espero que haja coerência até o final do campeonato. Martin já avisou que vai retaliar.

O CAMPEONATO QUE NINGUÉM QUER GANHAR

Martin e Bagnaia continuam disputando quem vai entregar o ouro ao bandido. Há duas semanas o espanhol deu 19 pontos de bandeja. Ontem o italiano devolveu os 19 com mais 1 de juros. No sábado o Martinator tinha a Sprint sob controle e cometeu um erro bobo entregando 6 pontos pro Pecco (deixou de ganhar 3 e perdeu 3). Em Silverstone já tinha entregado a vitória pro Enea da mesma forma… Bagnaia cai, culpa a Michelin, e Gigi Dall’Igna fica desesperado.

Marquez começou o fim de semana explicando que a diferença entre as GP24 e as GP23 aumenta nas pistas com mais aderência, portanto, devido às condições climáticas e à quantidade de dados acumulada na primeira corrida e no teste, a expectativa dele era conseguir dois quartos lugares, a menos que uma das 3 GP24s que contam tivessem algum problema. Foi presenteado com um pódio no domingo.

Tenho a maior simpatia pelo Morbidelli, pela sua história de vida, pelas suas raízes pernambucanas. Ele foi o convidado do podcast Last On The Brakes antes deste GP e explicou em detalhes a extensão dos danos que sofreu em seu acidente pre-temporada em Portimão. Foi gravíssimo. Então é fato que ele perdeu todos os testes que antecederam o campeonato e só foi conhecer a GP24 no Qatar. Só que concluímos o 14° GP e ele continua bem abaixo dos colegas de equipamento. Vai ter que repetir de ano na GP24 da VR46 para tentar voltar a ser competitivo, porque neste ano ele está desperdiçando a oportunidade de andar na melhor moto do grid.

Quem andou MUITO foi o Quartararo. Não escondo de ninguém que acho El Diablo um dos 2 melhores pilotos do grid. A Yamaha está no caminho certo, e depende apenas dele, já que Rins, que também acho ótimo piloto, está longe da melhor forma física. Como se não bastasse, o espanhol teve uma febre alta e nâo disputou as corridas de Misano 2. Fabio ia conquistando um ótimo 5° lugar, à frente do Viñales e do Franco, quando ficou sem gasolina na penúltima curva da última volta. Chegou no embalo e ainda obteve um 7°.

As Aprilias sequer apareceram na transmissão (que podia mostrar algumas das brigas no pelotão intermediário) e me parece que o pessoal de Noale está inteiramente perdido. Um 5° e um 8°, meio que herdados pelas quedas do Binder, Acosta e Bagnaia, me parece ser a zona de conforto dos seus pilotos que não estarão lá em 2025.

As KTM me parecem ter mais futuro, mas seus pilotos queridinhos têm caído muito e Miller conseguiu a façanha de não pontuar, quando 3 Honda o fizeram.

Aliás os japoneses celebraram um 11° e 12°… triste, se considerarmos o passado glorioso. Incrível, se pensarmos que nem Mir nem Marini correram há 2 semanas. Puig está de saída (já vai tarde) e aparentemente será substituído pelo Francesco Guidotti, ex-Pramac, já de aviso prévio na KTM, onde (a confirmar) será substituído pelo Pedrosa (que seguiria os passos do seu ex-mentor, Puig). A engrenagem nâo pára!!!

As corridas da Moto3 e da Moto2 foram muito boas, com disputa até a última volta. A do MotoGP não foi tão ruim, controvérsias à parte, já que tensão até o final é sempre cativante. A Sprint é que foi muito chata.

Agora vamos para Asia e Oceania, onde tudo pode acontecer. São quatro pilotos dentro de 60 pontos e nada está decidido: ainda mais com dois líderes tão generosos em seus erros.

Semana que vem, Mandalika!
Até lá

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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