Vencedores e Perdedores de Austin

Pois é, amigos, seguimos na gangorra desse Campeonato muito competitivo. Grande vitória do Bastianini e a primeira vitória do Tony Arbolino na Moto 2: dois pilotos pelos quais torço faz tempo (podem procurar nas colunas antigas rsrs), ambos empresariados pelo Carlo Pernat, o grande vencedor da tarde.

Foi uma prova cheia de ultrapassagens, que prendeu a atenção até a última volta. Além da Bestia, que aprendeu o caminho da vitória e vai vencer mais vezes ainda este ano, outros pilotos saíram de Austin melhores do que chegaram: Rins, Marc Márquez e Quartararo.

Rins, porque sempre o achei muito melhor do que o Mir, capaz de manobras geniais como a vitória sobre o MM em Silvertone, e que vem se mostrando mais maduro em 2022: parou de cair de bobeira. Segundo pódio na temporada, já está deixando o MIRrentinho nervoso no box ao lado.

MM, porque deu um show, mesmo estando fora de ritmo de corrida e fora do seu melhor estado físico. Uma corrida dessas é pra recuperar a confiança e ele chorou de raiva ao final porque sabia que tinha 20 ou 25 pontos na mesa e ele só levou 10. Segurou o campeão do Mundo nas últimas 5 voltas já sem pneus e debilitado fisicamente, mas ele vai participar da briga por esse título.

Quartararo saiu vencedor mesmo chegando em P7 porque ele faz a moto andar. As outras Yamahas se arrastaram pelo COTA e ele chegou a menos de 7s do vencedor. Todas as fábricas estão de olho nele e o paddock acredita que ele está propenso a mudar.

A Gresini também saiu maior do que chegou: de equipe independente que ganhou a primeira prova do ano meio na surpresa, agora já chega no circuito almejando um troféu. Comemorou como equipe vencedora, ou seja, com entusiasmo, mas sem a euforia de quem está presenciando um milagre.

Houve também muitos perdedores em Austin e um que não perdeu nem ganhou.

Os principais perdedores são todos os outros pilotos da Honda. Pombas, passam anos dizendo que a Honda fazia uma moto só pro MM, os japoneses me trazem uma moto totalmente nova, menos radical, aí o MM sai de último, passa todos os 3, e chega 11.3 segundos à frente do Pol, 13º! O Márquez caçula nem se fala: está perdidaço. Nakagami dá entrevistas prolixas (haja paciência), faz sempre um brilhareco no warm up e chega pior do que largou. Pol se encheu de confiança no Qatar, quando perdeu um 2º lugar que estava praticamente garantido, mas levou um troféu pra casa. Disse que a moto era sensacional, que ia lutar pelo título. Atualmente fica no muxoxo nas entrevistas, exatamente como no ano passado. Eu não duvido que a Honda venha com 3 pilotos novos para essas vagas em 2023.

Dovi e Morbidelli perderam quase 1.5 por volta do GP e chegaram quase 23s (mais de 1s por volta) atrás do campeão do Mundo. A moto é a mais lenta de todas, mas o francês está espancando os italianos.

Para alegria do Mario, são perdedores o trio que comanda a Ducati. Imaginem o dinheiro que a fábrica investiu para fazer uma GP22 melhor que a moto que fechou o ano passado ganhando tudo, e os três patetas (Ciabatti, Tardozzi e Dall’Igna) terem que ir ao boxe da Gresini com um sorriso amarelo dar beijinhos na Nadia Padovani. Pela segunda vez em quatro provas!!!

Bagnaia também sai menor de Austin. É nele que os italianos apostam, mas largou e chegou atrás de Miller (aquele que não venceu, nem perdeu, explico adiante) e não mostrou nenhuma capacidade de brigar pela ponta.

Aleix Espargaró estava com a bola cheia depois da vitória na Argentina e começou a renegociar seu contrato com a Aprilia. Os italianos não abriram a carteira como ele imaginava e ele comentou isso em entrevistas. Aí fez uma corrida meia-boca em Austin e ainda perdeu a 10ª posição para o Viñales no finalzinho. Foi a primeira vez que chegou atrás do companheiro de equipe: pequena derrota na pista, grande derrota nas negociações.

A KTM teve seu pior resultado do ano. Ninguém se salvou. Binder chegou a pegar uma carona com o MM no início, mas acabou em um apagado 12º. Oliveira teve um fim de semana para esquecer. Agora é esperar Portimão e tentar recuperar o brilho.

Miller ficou no zero a zero porque, se por um lado chegou na frente do Bagnaia e liderou boa parte da corrida, por outro perdeu um segundo lugar na penúltima curva e mais uma vez não soube preservar os pneus: um problema que vem desde os tempos de Pramac.

Falando em Pramac, eles têm o rei das poles: Jorge Martin é fantástico em tirar o melhor da moto em uma volta. Zarco continua meio morno, mas, para minha surpresa, o Paolo Campinoti, deu uma entrevista dizendo que fará todo o possível para renovar com o francês. Eles andaram de ré na corrida, perdendo desempenho com o desgaste dos pneus.

Este campeonato continua imprevisível e me deixando ansioso para saber o que vai acontecer na próxima prova. Teremos duas semanas seguidas no sul da península ibérica e estou contando os dias.

Até lá!

p.s.:
1) que bom ver o Diogo Moreira liderando e brigando pelo pódio na Moto 3!
2) Granado fez o melhor tempo nos treinos da Moto E em Jerez. Será que este ano ele não dá nenhum tiro no pé?
3) a Moto 2 teve uma corrida de atritos, onde 4 favoritos caíram. Bom para nós, porque embola o campeonato.

Pai orgulhoso do João e da Nanda, botafoguense, motociclista e cabalista. 15 anos como CIO e membro do Board de empresas multinacionais, participando no desenho e implantação de processos de logística, marketing, vendas e relacionamento com clientes e canais de vendas, inclusive por dispositivos móveis; Morador em Londres, é Fluente em Inglês e Espanhol, com conhecimentos avançados (leitura) e intermediário de Francês e Italiano; Possui cidadanias brasileira e francesa.

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