Galera, o WSBK começou com a corda toda e muitas novidades na Austrália. Muitos pilotos novos andando bem e é até estranho não ver Bautista, Rea e Toprak na ponta.
A primeira corrida eu perdi, mas Bulega fez história ao ser o primeiro rookie a vencer em sua corrida de estréia. Ele vinha treinando muito bem, melhor do que Bautista, mas foi uma surpresa e tanto. E vejam o pódium da corrida 1: Bulega, Locatelli e Andrea Ianonne!!! Quem diria que Ianonne iria estrear com um pódium? Não posso falar da corrida 1 porque não vi.
Na Superpole o pau comeu, com vários pilotos pressionando forte. Um monte de Ducatis andando muito bem, além do Ianonne, Sam Lowes, Petrux, Rinaldi, sem falar, é claro, da dupla oficial de Bautista e Bulega. As Yamahas, menos a do Rea, estão muito boas, e eu torci muito para o Gardner. Lowes estava perfeito com sua Kawa, boa de tudo neste circuito. Locatelli, endiabrado.
Conforme eu tenho dito, não há motivo para que uma 4 em linha seja menos potente que uma V4. Na verdade, a tendência é de que as 4 em linha sejam mais potentes. Tem motivos… descarga mais otimizada e menos peças para o comando. Outra vantagem é o posicionamento do motor, muito mais fácil de posicionar. E porque quase todos usam V4 no MotoGP e a Ducati é bi-campeã? Porque poucas pistas são como Philip Island, lançadas, que exigem agilidade e não tem grandes freadas com retomadas estúpidas, onde os V4 são muito melhores. Se deixar o 4 em linha berrar… ele embala para caramba, só demora um pouco mais para botar no chão. Se ele vier embalado… babou para os V4
No MotoGP a Ducati é forte de motor por conta da seu domínio da termodinâmica de seus cabeçotes. Os motores Ducati são super bem feitos na fluxometria. O desmo ajuda muito, mas no MotoGP os concorrentes usam comandos pneumáticos, a ar comprimido, não usam molas para controlar as válvulas, então a vantagem “desmo” não se aplica. Outra coisa que dizem que a Ducati está 2 anos na frente, é na eletrônica da ECU única Magneti Marelli. O departamento de eletronica e computação da Ducati é pica das galáxias, com programas de simulação muito fodas e que contam com 8 motos na pista alimentando-os.
Voltando ao WSBK, podemos refletir um pouco sobre o real estado das coisas… Toprak é incrível, já arrumou um pódium para a BMW, mas não é mágico, nem ele consegue ainda fazer a BMW vencer. Vejam onde chegaram as outras… Scott Redding se arrastando lá atrás… E Toprak de BMW não anda igual andava de Yamaha, o visual é outro, as freadas são diferentes. A Honda, continua em seu inferno, não tem moto nem piloto para o pau e comemora chegar em top10, o que eu acho um mico. Nem Bautista conseguiu fazer diferença. A Yamaha R1 está muito boa, todos os seus pilotos, menos Rea, se apresentaram bem. As Ducatis parecem não ter muita diferença entre as de fábrica e as satélites neste momento. Talvez com o andar do campeonato as diferenças aumentem. Bautista vai se recuperar fisicamente e será o osso duro de roer novamente, mas é muito divertido ver Ianonne, Petrux, Rinaldi, Bulega, Sam Lowes embolados e se matando na pista.
A Kawa, grande vencedora na abertura, tirou onda. Alex Lowes exibiu-se lindamente, passando Bautista por fora, de passagem, na última volta, com uma moto acertadíssima, velocíssima, de dar dor de corno no Rea.
Será um campeonato muito disputado, mas quando chegarem nas pistas européias, as Ducatis darão mais trabalho. Amém.