Vamos aproveitar que o MotoGP deu uma parada e comentar como andam as coisas no WSBK.
E a Yamaha hein? Quietinha e na dela está liderando os dois maiores campeonatos de motovelocidade do mundo. A M1 na mão do Quartararo e agora a R1 na mão do turco Toprak Razglatlioglu.
E não é fichinha não, para liderar no WSBK tem que marcar mais pontos do que um tal de Jonathan Rea e sua Kawasaki. A Yamaha veio crescendo aos pouquinhos e sua R1 tem-se mostrado terrívelmente competitiva. É por dois pontinhos apenas, mas os dois já se distanciaram bastante do terceiro, Scott Redding, que está quase sendo alcançado pelo também excelente Alex Lowes com a segunda Kawasaki.
Kawasaki na frente não é novidade, ela tem dominado a categoria com a combinação de uma moto forte, relativamente simples, fácil de setup + o talento e a garra interminável de Rea. A ZX10-21 veio modificada um tiquinho e veio boa de novo, é uma coisa impressionante, mas também a Kawasaki só se dedica ao WSBK, não se divide entre isso e o MotoGP. Certamente ajuda.
A Yamaha, a marca que menos ganhou (junto com a Suzuki) no WSBK em todos os tempos, apenas um título com Ben Spies, vem insistindo no contínuo melhoramento da sua R1. A cada ano a moto melhora um pouco e em 2021, com o Toprak a combinação está feroz. Garret Gerloff vem em sexto e nem é da equipe oficial, o americano é muito fera. Toprak Razglatlioglu tem este nome quase impronunciável e tem se provado muito competitivo. Sua carreira não é assim tão vistosa, mas o que importa é que sua atitude na moto é de ponta. Rea, que continua favorito, avisou: Tenho que olhar para a Yamaha.
Antes de começar o campeonato a Ducati armou um esquema de colocar um monte de motos na pista, para em teoria atrapalhar a Kawasaki. Scott, Rinaldi, Chaz, Tito Rabat… está dando muito errado. Pela distância que os dois abriram na ponta, a Ducati não ganhará mais este ano. Até agora, nunca uma moto com o nome Panigale venceu no WSBK, uma vergonha completa para a equipe mais marrenta do Padock. A V2 não conseguiu, a V4 ainda não. A moto é temperamental de setup, complexa, não é mais forte do que as outras como no MotoGP. Mas o pior da equipe é o seu gerenciamento. Parece que rola um clima que não apoia os pilotos, seria quase uma obrigação vencer de Ducati, e depois imediatamente ir para o MotoGP, como se fosse um caminho dourado. Isso não existe, só na cabeça dos italianos, a Ducati não é campeã no MotoGP desde 2007 (14 anos) e no WSBK desde 2011 (10 anos). Tem que baixar a bola, baixar a cabeça e trabalhar muito na moto, na equipe e nos pilotos. Piloto de Ducati leva um pau e entra em desespero, a equipe bota a culpa toda neles, é impressionante como o gerenciamento de talentos da Ducati é ruim.
Depois temos a BMW com sua excelente dupla de pilotos e uma moto nova que está crescendo. Tom Sykes é rápido e bom, Van der Mark também, são pilotos sérios, a BMW vai andar para frente e tem dinheiro e vontade de ganhar um campeonato pela primeira vez. Nunca ganhou, desistiu, voltou. Será que agora vai?
Finalizando temos a Honda que está em inferno astral nas corridas. Sem ganhar no MotoGP e também no WSBK. Alvaro Bautista já está decepcionando um pouco, a moto não chega prá frente. Ele está abusando, muito agressivo, sabe que precisa fazer a moto andar, mas parece que ela não está se desenvolvendo na velocidade que o altíssimo nível do WSBK colocou. O segundo piloto da Honda é o também excelente Leon Haslam, e a moto não está indo.
Até agora apenas 4 etapas de 13 foram cumpridas, mas as cartas foram colocadas na mesa. Tudo pode acontecer, quedas, quebras, mas o nível das motos e dos pilotos foi revelado na pista. Não há mais o que esconder. Parece que o pau vai comer entre a Kawasaki e a Yamaha, com a BMW querendo comer a Ducati pelo terceiro lugar no pódio. Aguardemos , a próxima etapa será dos dias de 23 a 25 de julho, Assen na Holanda.